Siga nossas redes sociais | ![]() | Siga nossos canais |
Um tribunal de contabilidade do Paquistão sentenciou, neste sábado (20 de dezembro de 2025), o ex-primeiro-ministro Imran Khan e sua esposa, Bushra Bibi, a 17 anos de prisão cada. A condenação é pelo caso "Toshakhana 2", que investiga fraude na aquisição de presentes de Estado de luxo, recebidos da Arábia Saudita em 2021[reference:0].
A sentença foi anunciada pelo juiz Shahrukh Arjumand no complexo penitenciário de alta segurança de Adiala, em Rawalpindi, onde Khan já está detido desde agosto de 2023. O magistrado afirmou ter considerado a idade avançada de Khan e o fato de Bushra Bibi ser mulher para aplicar uma pena "mais branda"[reference:1].
A pena de 17 anos é composta por duas partes: 10 anos de prisão rigorosa por "quebra de confiança criminal" (artigo 409 do Código Penal) e mais sete anos por violação da lei anticorrupção. O tribunal também impôs uma multa de 10 milhões de rúpias paquistanesas (cerca de R$ 170 mil) a cada um dos condenados[reference:2].
Segundo o ministro da Informação, Attaullah Tarar, a nova sentença de Khan só começará a ser cumprida após ele completar a pena de 14 anos que já está cumprindo por um caso separado de corrupção imobiliária (o "caso Al-Qadir")[reference:3]. Para Bushra Bibi, uma sentença anterior de sete anos, também relacionada ao caso Al-Qadir, havia sido suspensa após recurso[reference:4].
O caso "Toshakhana 2" centra-se em um conjunto de joias de luxo da Bulgari, dado a Bushra Bibi pelo príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman durante uma visita de Estado. A acusação alega que o casal comprou os itens do depósito estatal (Toshakhana) por um valor muito abaixo do mercado, causando prejuízo de milhões de rúpias ao erário[reference:5].
A defesa de Khan classificou o veredito como "politicamente motivado" e afirmou que o tribunal não ouviu a defesa antes de proferir a sentença. Os advogados já anunciaram que recorrerão da decisão junto ao Tribunal Superior de Islamabad[reference:6].
Esta é a quinta grande condenação de Imran Khan desde que foi afastado do cargo em abril de 2022. Três condenações anteriores, incluindo uma por venda ilegal de presentes de Estado, foram anuladas ou suspensas em recurso. Apesar disso, o ex-líder continua preso, enfrentando ainda dezenas de outros processos[reference:7].
O partido de Khan, o PTI, convocou protestos em Punjab para domingo (21 de dezembro) contra a decisão judicial, que considera mais um capítulo de uma "caça às bruxas" política.
Com informações de Reuters, BBC, The Hindu, Sydney Morning Herald, Al Jazeera
■