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O governo venezuelano denunciou que vídeos gerados por inteligência artificial (deepfakes) estão sendo usados para fabricar a imagem de ações militares dos Estados Unidos que jamais ocorreram. O objetivo, segundo analistas, é criar um clima de medo e instabilidade no país, pressionando a população a se voltar contra o presidente Nicolás Maduro.
Em setembro de 2025, o ministro venezuelano da Comunicação e Informação, Freddy Ñáñez, classificou como falso um vídeo que supostamente mostrava um "ataque letal" dos EUA a um barco narcotraficante no Caribe. Ñáñez afirmou que a filmagem, apresentada como prova por autoridades norte-americanas, era "gerada por inteligência artificial" e carecia de detalhes realistas, destacando "animação simplificada" e "artefatos de movimento". Este é um exemplo claro de como deepfakes podem ser empregados para criar narrativas de intervenção militar inexistentes.
Especialistas apontam que a disseminação de notícias falsas e vídeos manipulados, como os últimos em que helicópteros norte-americanos realizavam ataques já dentro da Venezuela, faz parte de uma campanha planejada de desinformação voltada principalmente ao público interno venezuelano. O objetivo é desmoralizar movimentos de oposição e, ao mesmo tempo, criar um pretexto para o governo atribuir a crise a interferências estrangeiras, justificando assim medidas mais duras contra dissidentes. Essa estratégia gera histeria coletiva e saturação informativa, onde a população perde a capacidade de discernir entre verdade e mentira, ampliando o clima de angústia e insegurança.
A tecnologia de deepfake já é reconhecida como uma arma na guerra irregular. Atores estatais e não estatais a utilizam para fabricar evidências falsas, vídeos enganosos e personagens fictícios com o intuito de confundir adversários e manipular a tomada de decisões. O governo venezuelano, inclusive, já foi acusado de usar essa mesma tecnologia para criar âncoras de notícias norte-americanas falsas e espalhar desinformação. O cenário mostra uma batalha informacional onde a criação de realidade alternativa pode precipitar crises políticas e até mesmo conflitos.
Diante da circulação desses conteúdos, as autoridades venezuelanas têm reagido com desmentidos públicos e análises técnicas. No caso do vídeo do "ataque letal", o ministro Ñáñez não apenas rejeitou o material, como também apresentou uma análise detalhada para sustentar que se tratava de uma produção com IA. A resposta busca conter o impacto psicológico da desinformação e evitar que narrativas falsas ganhem força e destabilizem ainda mais o frágil cenário interno.
Com informações de: Newsday.co.tt, Forte.jor.br, Irregularwarfarecenter.org ■