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Rússia reafirma "total apoio" à Venezuela contra bloqueio de petroleiros pelos EUA
Declaração ocorre após (não confirmada) interceptação de terceiro navio em dez dias, ampliando tensão geopolítica na região do Caribe
America do Sul
Foto: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTRMmRlu8QDHGO9jFozATTB9vXpk1lbSp_DjQ&s
■   Bernardo Cahue, 22/12/2025

Em meio a uma série de apreensões de navios petroleiros na costa venezuelana, a Rússia reafirmou nesta segunda-feira (22) seu "total apoio" à Venezuela diante do bloqueio imposto pelo governo dos Estados Unidos. A declaração foi feita pelo chanceler russo, Sergey Lavrov, em conversa telefônica com seu homólogo venezuelano, Yvan Gil.

Segundo Gil, Lavrov "expressou firmemente a solidariedade da Rússia ao povo da Venezuela e ao presidente Nicolás Maduro Moros" e garantiu que Moscou oferecerá "todo o respaldo" às ações do país no Conselho de Segurança da ONU. A chancelaria russa também emitiu nota reafirmando seu apoio total e preocupação com a escalada das ações de Washington no mar do Caribe, que poderiam ter "graves consequências para a região".

Interceptações e apreensões recentes

A declaração russa ocorre no contexto de uma sequência de interceptações de petroleiros que partem ou chegam à Venezuela:

  • No domingo (21), agências internacionais noticiaram a interceptação de um terceiro navio petroleiro próximo à costa venezuelana. Se confirmada, será a terceira em pouco mais de dez dias.
  • No sábado (20), os EUA apreenderam o petroleiro Centuries e, em 10 de dezembro, o Skipper. As ações fazem parte da estratégia anunciada pelo presidente Donald Trump de impor um "bloqueio total" a embarcações sujeitas a sanções que entrem ou saiam de portos venezuelanos.
  • O governo venezuelano classificou os confiscos como "atos de pirataria" e um "roubo descarado", enquanto Maduro afirmou que o país enfrenta uma "campanha de agressão de terrorismo psicológico e corsários que assaltaram petroleiros".

Contexto geopolítico e resposta dos EUA

A escalada tensiona ainda mais as relações entre Washington e Caracas, com a Rússia e a China se posicionando como principais aliados do regime Maduro. No entanto, a Casa Branca minimizou o apoio russo, alegando que a Rússia "não tem condições reais de ajudar o governo Maduro" devido ao seu envolvimento militar na guerra da Ucrânia. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, havia dito que o apoio russo não é preocupante porque Moscou está com "as mãos ocupadas" com o conflito ucraniano.

O petróleo no centro do conflito

A Venezuela possui a maior reserva comprovada de petróleo do mundo, com cerca de 303 bilhões de barris, segundo a agência norte-americana EIA. Grande parte desse petróleo é do tipo extra-pesado, especialmente adequado às refinarias da Costa do Golfo dos EUA, o que explica o interesse estratégico americano na região. O bloqueio a petroleiros visa, portanto, estrangular a principal fonte de receita do governo venezuelano, intensificando a pressão por uma mudança política.

Com informações de G1, UOL, Metrópoles, Izvestia ■