O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um pronunciamento na noite desta terça-feira (24) por ocasião das comemorações de Natal. Em sua mensagem, o presidente fez um balanço otimista do ano de 2025, classificando-o como "histórico" e afirmando que o "povo brasileiro sai como o grande vencedor" após um período "difícil, com muitos desafios". A fala foi marcada pelo anúncio de uma grande mobilização nacional contra a violência doméstica e pela defesa de mudanças na jornada de trabalho.

Ao longo do discurso, Lula detalhou o que considera as principais conquistas de seu governo, com ênfase na área social e econômica. O tom foi de celebração, mas também de planejamento para o futuro, com a promessa de seguir "combatendo privilégios de poucos para garantir direitos de muitos".

Conquistas sociais e o fim do Imposto de Renda para baixa renda

O presidente iniciou suas principais declarações com um dos temas mais sensíveis: a segurança alimentar. Ele afirmou que o Brasil saiu do chamado Mapa da Fome, uma condição que havia superado em 2014, mas que retornou anos depois, deixando 33 milhões de pessoas em situação de fome. Segundo Lula, esta reversão foi possível graças a um conjunto de políticas públicas.

• Retomada do Bolsa Família: Programa de transferência de renda foi restabelecido.
• Apoio à agricultura familiar: Incentivos para a produção de alimentos em pequenas propriedades.
• Valorização do salário mínimo: Aumento do poder de compra da base da população.
• Investimento em alimentação escolar: Garantia de refeições para crianças e adolescentes na rede pública.

A outra vitória amplamente comemorada no pronunciamento foi a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Lula ressaltou que, a partir de janeiro, "milhões de famílias terão um dinheiro extra todos os meses", o que deve "aliviar as contas, aquecer ainda mais a economia e beneficiar o país inteiro".

Programas de governo e a retomada de obras

O discurso foi repleto de citações a programas lançados ou retomados pelo governo. Lula afirmou que iniciativas como Agora Tem Especialistas (saúde), Pé-de-Meia (educação), Gás do Povo e Luz do Povo vieram para aliviar o orçamento das famílias mais humildes. Ele também comemorou o retorno do Minha Casa Minha Vida, que agora alcança a classe média, e a chegada do Reforma Casa Brasil.

Na área de infraestrutura, o presidente destacou a Transposição do Rio São Francisco, que chamou de "maior obra hídrica do mundo", e a presença do Novo PAC em "cada estado, em milhares de cidades". Segundo ele, esse conjunto de ações resultou em indicadores econômicos positivos:

1. Menor taxa de desemprego da história.
2. Recorde de emprego com carteira assinada.
3. Maior renda média dos trabalhadores já registrada.
4. Menor inflação acumulada em quatro anos de todos os tempos.

Combate ao crime e um apelo histórico contra a violência à mulher

Lula reconheceu que o crime e a violência são "dois grandes desafios" para o país. Ele citou a maior operação já feita pela Polícia Federal contra o crime organizado e afirmou que o combate chegou "pela primeira vez ao andar de cima", prometendo que "nenhum dinheiro ou influência" impedirá a ação da polícia.

No entanto, o momento de maior carga emocional e de apelo social foi dedicado ao combate à violência doméstica. O presidente fez um discurso direcionado especificamente aos homens:

"Quero aproveitar este momento, também, para falar que um povo tão gentil e capaz de produzir coisas tão belas não pode aceitar a violência contra a mulher. Vou liderar um grande esforço nacional envolvendo ministérios, instituições e toda a sociedade brasileira. Nós que somos homens devemos fazer um compromisso de alma. Em nome de tudo que é mais sagrado, seja um aliado".

Reconhecimento internacional e a defesa de direitos trabalhistas

O presidente também celebrou a posição do Brasil no mundo, mencionando a visita de nove milhões de turistas estrangeiros em 2025, um recorde histórico, e a realização bem-sucedida da COP30 em Belém do Pará, que consolidou a liderança do país na agenda climática.

Ele ainda comentou o que chamou de "tarifaço contra o Brasil", afirmando que o país respondeu com diálogo e proteção às suas empresas, conseguindo reverter a situação e abrir mais de 500 novos mercados para produtos nacionais.

Olhando para o futuro, Lula adiantou uma bandeira de seu governo: a luta pelo fim da escala de trabalho 6x1 (seis dias trabalhados por um de descanso). Ele defendeu que "nenhum direito é tão urgente, hoje, quanto o direito ao tempo" e criticou a rotina que dá apenas um dia para descanso, cuidado da família e lazer. Ele prometeu transformar o fim desta escala, sem redução de salário, em realidade.

Mensagem final de celebração e união

O presidente encerrou sua fala com um tom pessoal e de celebração familiar, ecoando a mensagem mais resumida divulgada em suas redes sociais. Ele conclamou os brasileiros a olharem ao redor na noite de Natal, pensarem em quem amam e terem certeza de que "venceram e vão continuar vencendo".

"Desejo a todas as famílias brasileiras um feliz Natal e um feliz Ano Novo cheio de paz, prosperidade e novas conquistas", finalizou Lula.

Com informações de Planalto.gov, Facebook■