Siga nossas redes sociais | ![]() | Siga nossos canais |
Em uma sessão de emergência do Conselho de Segurança da ONU realizada na terça-feira (23), o embaixador venezuelano, Samuel Moncada, lançou uma grave acusação contra os Estados Unidos. Ele afirmou que Washington está submetendo seu país à "maior extorsão de que se tem notícia em nossa história". Moncada declarou que os EUA estão agindo "à margem do direito internacional" com a exigência de que os venezuelanos "abandonemos nosso país e o entreguemos". A reunião foi solicitada pela Venezuela com o apoio expresso de Rússia e China.
As acusações ocorrem no contexto de uma crescente pressão militar americana no Caribe. Desde agosto, os EUA mantêm uma frota de guerra na região, e no dia 16 de dezembro, o presidente Donald Trump anunciou um bloqueio naval completo a petroleiros sancionados que entrem ou saiam da Venezuela. Ações militares já resultaram na apreensão de pelo menos dois navios-tanque, com um terceiro sendo perseguido, e em uma série de ataques aéreos que, segundo relatos, mataram mais de 100 pessoas desde setembro.
Rússia e China, aliados estratégicos do governo de Nicolás Maduro, foram veementes em seu apoio a Caracas e na condenação a Washington:
Em resposta, o embaixador americano, Mike Waltz, defendeu as ações de seu governo. Ele repetiu as acusações do presidente Trump de que o petróleo venezuelano financia "narcoterrorismo, o tráfico de pessoas, os assassinatos e os sequestros" e que Maduro é o chefe de uma organização terrorista. Waltz afirmou que os EUA "farão tudo o que estiver em seu poder para proteger nosso hemisfério". A Casa Branca oferece uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão de Maduro.
Do lado venezuelano, a Assembleia Nacional, controlada pelo partido de Maduro, aprovou por unanimidade uma nova lei para enfrentar as ações americanas. O projeto "Para Garantir a Liberdade de Navegação e Comércio contra a Pirataria, Bloqueios e Outros Atos Ilícitos Internacionais" prevê penalidades severas, incluindo até 20 anos de prisão, para quem apoiar ou financiar bloqueios considerados ilegais.
A crise é marcada por um intenso discurso hostil entre os líderes Trump e Maduro. Em recentes declarações, Trump sugeriu que o "mais inteligente" que Maduro poderia fazer seria renunciar. Maduro, por sua vez, retrucou dizendo que Trump "estaria melhor no mundo se focasse nos problemas do seu próprio país".
Internacionalmente, a situação divide opiniões. Enquanto Rússia e China apoiam abertamente a Venezuela, correspondentes na ONU notaram que alguns países latino-americanos com governos de direita, como Argentina, Panamá e Chile, parecem alinhar-se com a posição dos Estados Unidos. O vice-secretário-geral da ONU, Khaled Khiari, ofereceu os "bons ofícios" do secretário-geral António Guterres para mediar um esforço diplomático, se ambas as partes solicitarem.
Com informações de: G1, The Moscow Times, Veja, UOL, Channel News Asia, National Post, Prensa Latina, Malay Mail, Al Jazeera■