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O governo do presidente Nicolás Maduro aprovou, nesta terça-feira (23), uma lei que prevê penas de prisão de 15 a 20 anos para qualquer pessoa que promover ou financiar atos que descreve como pirataria ou bloqueios navais contra o país . A medida, batizada de “Lei para Garantir a Liberdade de Navegação e Comércio contra a Pirataria, Bloqueios e Outros Atos Ilícitos Internacionais”, foi aprovada por unanimidade pela Assembleia Nacional, de maioria governista, e agora segue para sanção executiva .
A lei representa uma resposta legal direta às recentes ações dos Estados Unidos no Mar do Caribe, que incluem a declaração de um “bloqueio total e completo” a embarcações sancionadas que navegam de ou para a Venezuela e a apreensão de pelo menos dois petroleiros com crude venezuelano neste mês de dezembro . O governo venezuelano classifica essas interceptações como atos de “pirataria naval criminosa” .
O texto legal é abrangente e estabelece penas severas não apenas para ações diretas, mas também para apoio e promoção. Os principais pontos são:
Durante a sessão parlamentar, o presidente da Assembleia, Jorge Rodríguez, aliado de Maduro, dirigiu duras críticas à oposição interna, acusando-a de se curvar ao “imperialismo americano” e de apoiar as sanções e ações militares dos EUA . A lei é vista como um instrumento que amplia o cerco legal contra dissidentes, seguindo o modelo de legislações anteriores que já puniam o apoio a sanções internacionais .
A aprovação da lei ocorre no ápice de uma escalada militar e diplomática que transformou a região do Caribe em um palco de confronto.
O conflito reverberou no Conselho de Segurança das Nações Unidas, revelando um cenário geopolítico dividido:
A nova lei venezuelana surge em um contexto econômico frágil. O país, sob sanções petrolíferas dos EUA desde 2019, produz cerca de um milhão de barris de crude por dia, vendendo grande parte no mercado paralelo com descontos . Especialistas apontam que um bloqueio naval efetivo cortaria a principal fonte de receita externa do governo, podendo gerar uma crise em questão de semanas .
No plano jurídico-internacional, persiste o debate sobre a legalidade das ações. Enquanto um bloqueio naval tradicional é considerado um ato de guerra, os EUA enquadram suas apreensões como operações de aplicação da lei pela Guarda Costeira, com base em sanções domésticas e na designação do regime de Maduro como uma organização terrorista estrangeira . Essa ambiguidade deixa em aberto o risco de incidentes graves, caso embarcações se recusem a parar para inspeção .
Com informações de: G1 - Globo, Wyoming News Now, Swissinfo, The Straits Times, Global Times, Al Jazeera, ABC News ■