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Em meio a uma escalada de tensões militares e diplomáticas no Caribe, o Conselho de Segurança da ONU realizou uma sessão de emergência a pedido da Venezuela. O presidente Nicolás Maduro classificou o resultado como um "apoio abrumador" ao seu país, em contraste com a firme posição dos Estados Unidos, que prometeu impor sanções "ao máximo" .
O contexto da crise remonta a meses de aumento da presença militar dos EUA na região, justificada por Washington como parte de uma campanha contra o narcotráfico . A Venezuela, no entanto, denuncia essas ações como uma tentativa de mudança de regime e uma "guerra de saque" para se apoderar de seus recursos petrolíferos . O ponto de inflamação recente foi a ordem do presidente dos EUA, Donald Trump, para bloquear todos os navios petrolíferos sancionados que entram ou saem da Venezuela, além da interceptação e apreensão de pelo menos dois petroleiros com crude venezuelano nas últimas semanas .
As acusações venezuelanas foram apresentadas perante o Conselho pelo embaixador Samuel Moncada. Ele descreveu as ações dos EUA como "a maior extorsão conhecida em nossa história" e "um gigantesco crime de agresso em desenvolvimento" . Moncada afirmou que o bloqueio anunciado por Trump é uma tentativa de "regressar o relógio da história 200 anos para impor uma colónia na Venezuela" . Além disso, a Venezuela apresentou uma contabilidade de 28 ataques armados que teriam resultado em 104 execuções extrajudiciais .
A posição dos Estados Unidos foi defendida pelo embaixador Mike Waltz, que vinculou diretamente o governo de Maduro ao narcotráfico. Waltz afirmou que os petroleiros sancionados são o "principal salva-vidas econômico de Maduro e do seu regime ilegítimo" e financiam o Cartel dos Soles, designado como organização terrorista pelos EUA . Ele prometeu que os EUA aplicarão sanções "ao máximo" para privar Maduro desses recursos .
A sessão de emergência, realizada em 23 de dezembro de 2025, foi convocada pela Venezuela para denunciar o que classifica como agressões militares e uma ameaça à paz internacional . A interpretação de Caracas sobre um "apoio abrumador" baseia-se nas declarações críticas feitas por vários membros do Conselho às ações norte-americanas.
Vários países expressaram preocupação e pediram moderação:
Esta reunião ocorre num cenário de crescente militarização. A Venezuela aprovou uma nova lei que prevê penas de até 20 anos de prisão para quem promover ou participar em ações de "pirataria" ou bloqueio contra o seu comércio, uma clara resposta às apreensões de navios . Paralelamente, Maduro enviou cartas a líderes mundiais alertando que a "passividade" internacional perante estas ações pode ter "consequências devastadoras", numa analogia ao ascenso do nazismo .
As perspectivas de uma resolução no Conselho de Segurança são consideradas baixas. A estrutura do Conselho, com cinco membros permanentes com poder de veto, torna difícil uma ação concreta quando há divisões profundas entre as grandes potências . A sessão serviu principalmente como um fórum para demonstrações políticas, com Venezuela, Rússia e China de um lado, e os EUA do outro, sem indicações de um caminho diplomático imediato para desescalar a crise.
Em declarações públicas após a reunião, o presidente Maduro repetiu que "ninguém poderá derrotar" a Venezuela e classificou as apreensões de petroleiros como atos de "pirataria" . O chanceler venezuelano, Yván Gil, celebrou uma "grande vitória" nas Nações Unidas, afirmando que ficou demonstrado que nem mesmo os aliados históricos dos EUA avaliam o uso da força contra o seu país .
Enquanto isso, a postura dos EUA permanece inflexível, com a promessa de intensificar a pressão económica e militar. O conflito, que mistura disputas geopolíticas, acusações de narcotráfico e a batalha pelo controlo dos recursos energéticos venezuelanos, parece longe de uma solução, mantendo a região do Caribe em estado de tensão elevada .
Com informações de: CNN Español, Cubainformacion.tv, El Confidencial, Fuser News, Jornada.com.mx, Radiomiraflores.net.ve, Swissinfo.ch, Telesurtv.net, Dppa.un.org ■