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Multidões no Iêmen protestam contra ofensa ao Alcorão e reafirmam apoio à Palestina
Ato ocorreu em resposta a alegações de profanação do livro sagrado islâmico por parte dos Estados Unidos
Oriente-Medio
Foto: https://static.poder360.com.br/2023/10/sana-iemen-1-848x477.jpeg
■   Bernardo Cahue, 20/12/2025

Milhares de iemenitas foram às ruas em várias cidades do país nesta sexta-feira, 19 de dezembro de 2025, em uma onda de protestos que uniu a defesa dos símbolos religiosos islâmicos ao apoio à causa palestina. As manifestações, convocadas pela liderança do movimento Ansar Allah, foram uma resposta direta a um ato de profanação do Alcorão nos Estados Unidos.

O Gatilho: Ofensa ao Alcorão nos EUA

O evento que desencadeou a onda de indignação foi a profanação pública de um exemplar do Alcorão por Jake Lang, candidato republicano ao Senado dos Estados Unidos pelo estado da Flórida. O ato, ocorrido em Plano, Texas, foi amplamente divulgado e condenado por comunidades muçulmanas e observadores internacionais. No Iêmen, a ação foi interpretada não como um incidente isolado, mas como parte de uma campanha sistemática contra os valores islâmicos.

Um Protesto com Dois Eixos: Fé e Causa Política

Os protestos carregavam um caráter duplo, fundindo a defesa religiosa com uma posição geopolítica clara. Os manifestantes elevavam cópias do Alcorão, declarando que qualquer insulto ao livro sagrado representa um ataque a toda a Umma (nação islâmica). Paralelamente, a solidariedade com a Palestina foi um pilar central dos atos, com discursos vinculando a ofensa religiosa ao apoio ocidental a Israel.

As principais demandas e características dos protestos incluíam:

  • Rejeição absoluta à desecração do Alcorão e defesa dos santuários islâmicos.
  • Renovação do apoio ao povo palestino, descrito como uma causa central para todos os muçulmanos.
  • Declaração de prontidão para um próximo ciclo de confronto com os inimigos percebidos.
  • Chamado ao boicote de produtos americanos e israelenses, visto como uma responsabilidade moral e religiosa.

A Resposta da Liderança: Convocação para a Ação

A mobilização foi uma resposta direta ao chamado público feito dias antes por Sayyed Abdul Malik al-Houthi, líder do movimento Ansar Allah. Em um discurso detalhado, al-Houthi classificou o incidente nos EUA como um crime hediondo contra as mais sagradas das santidades religiosas na Terra e parte de uma guerra judaica-sionista em andamento. Ele convocou o povo iemenita a realizar grandes demonstrações para expressar sua identidade baseada na fé, culminando nos protestos de sexta-feira.

Abrangência Nacional e Próximos Passos

As manifestações não se restringiram a uma única cidade. Grandes marchas foram registradas em:

  • Sa'ada: Considerada o epicentro dos protestos, com dezenas de milhares nas ruas.
  • Sana'a: A capital do país também viu milhares de pessoas se reunirem.
  • Al-Dhale': Os distritos de Damt, Juban, Qataba e Al-Hasha testemunharam marchas massivas e enfurecidas.

Os organizadores demonstraram intenção de dar continuidade ao movimento, com comitês nacionais já convocando novas mobilizações e buscando uma participação maciça em todas as províncias do Iêmen. O tom das declarações oficiais e dos comunicados das marchas indica que os protestos servem tanto como uma reação imediata quanto como um aviso sobre a disposição de confronto futuro, enquadrando a defesa religiosa e a causa palestina como batalhas inseparáveis de uma mesma guerra cultural e política.

Com informações de: Press TV, TeleSUR, Muslim Network TV, Saba News, Mehr News Agency, Shiite News, Hawzah News ■