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A renúncia e fuga de Bashar al-Assad em dezembro de 2024, após quase 14 anos de guerra civil, reconfigurou completamente o tabuleiro geopolítico regional. Seu governo foi substituído por uma administração interina liderada por Ahmed al-Sharaa, ex-líder jihadista que comandou a ofensiva final contra o regime. Este novo governo, buscando reconstruir o país e sair do isolamento internacional, deu início a uma política externa pragmática que inclui a aproximação com os Estados Unidos e a abertura de canais com Israel.
Um objetivo central de Damasco é a suspensão das sanções internacionais que ainda pesam sobre o país. A comunidade internacional, por meio da ONU, manifestou disposição para apoiar a Síria nesta transição, enfatizando a necessidade de uma reforma inclusiva do setor de segurança e o respeito aos direitos humanos.
As conversas entre sírios e israelenses, confirmadas por fontes de ambos os lados, representam um marco sem precedentes. Os principais elementos em discussão incluem:
O ritmo das discussões é intenso. O chefe do Conselho de Segurança Nacional de Israel, Tzachi Hanegbi, revelou que o diálogo passou a ser direto e envolve múltiplos níveis governamentais, ocorrendo diariamente. Os Estados Unidos atuam como mediadores-chave, pressionando pela normalização como parte da visão de um "Médio Oriente próspero".
Apesar do otimismo cauteloso, o caminho para um acordo definitivo é estreito e cheio de obstáculos:
Um motor estratégico por trás dessas negociações é o enfraquecimento da influência iraniana na Síria. Com a retirada do apoio russo ao regime Assad e os repetidos ataques israelenses a alvos iranianos no país que frequentemente ficavam sem resposta, Damasco parece estar se afastando do eixo Teerã-Damasco-Hezbollah. Para Israel, um acordo com a Síria representaria um golpe estratégico monumental, isolando ainda mais o Irã e podendo influenciar positivamente a situação no Líbano. Analistas veem esta como uma tentativa síria de se libertar do conflito proxy Irã-Israel em seu solo.
Especialistas sugerem que um acordo abrangente de paz ainda enfrenta grandes barreiras, mas acordos de segurança mais limitados são uma possibilidade real ainda em 2025. A dinâmica pode seguir dois caminhos principais:
O resultado final dependerá da capacidade das lideranças de apresentar concessões dolorosas como vitórias nacionais e da vontade de enxergar um inimigo histórico como um vizinho necessário para a reconstrução e a estabilidade.
Com informações de: R7, Swissinfo, Syrian Observer, Euronews, UN News, GauchaZH, The Daily Star, The Media Line ■