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Papa Leão XIV inicia primeira viagem apostólica com foco em ecumenismo e paz no Oriente Médio
Visita de seis dias à Turquia e ao Líbano marca o batismo internacional do pontificado, com celebração dos 1.700 anos do Concílio de Niceia e apelos por unidade e reconciliação
Oriente-Medio
Foto: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTfXF1cSk7dDR_jNS85MGN5Ul2544ac4u8UGw&s
■   Bernardo Cahue, 27/11/2025

A primeira viagem apostólica do Papa Leão XIV teve início na manhã desta quinta-feira, 27 de novembro, com destino à Turquia. A jornada de seis dias, que também inclui o Líbano, representa o primeiro teste internacional para o Pontífice, seis meses após sua eleição, e tem como temas centrais o diálogo ecumênico, a unidade dos cristãos e a paz em uma região marcada por conflitos.

O voo da Ita Airways decolou do aeroporto de Roma-Fiumicino às 7h58 (hora local) com destino a Ancara. A bordo, além do Papa e sua comitiva, seguia a imagem de Maria, Mãe do Bom Conselho, do Santuário de Genazzano, que Leão XIV visitou poucos dias após sua eleição.

Peregrinação às raízes da fé em solo turco

O momento culminante da etapa turca será a celebração do 1700º aniversário do Primeiro Concílio de Niceia, ocorrido no ano 325, que estabeleceu bases doutrinárias fundamentais para o cristianismo, como o Credo Niceno. Na sexta-feira, 28, Leão XIV participará de um encontro ecumênico de oração perto das escavações da antiga Basílica de São Neófito em ?znik, o nome atual da antiga Niceia. O evento contará com a presença do Patriarca de Constantinopla Bartolomeu I e cerca de vinte patriarcas e representantes de Igrejas cristãs.

Além do forte componente ecumênico, a agenda na Turquia inclui:

  • Encontro com o presidente Recep Tayyip Erdo?an em Ancara
  • Visita à Mesquita Azul de Istambul, um gesto de diálogo inter-religioso
  • Santa Missa na Volkswagen Arena em Istambul, com capacidade para cerca de 4.000 fiéis
  • Encontro privado e assinatura de declaração conjunta com o Patriarca Bartolomeu

Líbano: uma mensagem de esperança em meio à crise

No domingo, 30 de novembro, o Papa seguirá para o Líbano, um país que enfrenta uma crise econômica e social devastadora, agravada pela explosão no porto de Beirute em 2020 e por tensões recentes. Segundo Matteo Bruni, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, a viagem tem uma forte dimensão de "proximidade" com comunidades cristãs e populações locais.

Os principais compromissos no Líbano incluem:

  • Oração silenciosa no local da explosão do porto de Beirute, em memória das mais de 200 vítimas
  • Encontro ecumênico e inter-religioso na Praça dos Mártires, em Beirute
  • Encontro com os jovens na praça em frente ao Patriarcado Maronita de Antioquia em Bkerké
  • Santa Missa ao ar livre na "Beirut Waterfront"

Continuidade e novos caminhos

Com esta viagem, Leão XIV dá continuidade ao desejo de seu predecessor, Francisco, que pretendia voltar à Turquia em 2025 para o aniversário de Niceia. O porta-voz vaticano, Matteo Bruni, destacou que o Papa "herdou essas promessas, fez delas suas", como demonstra sua Carta Apostólica In unitate fidei sobre a unidade da fé.

O Pontífice falará em inglês durante toda a viagem na Turquia, enquanto no Líbano usará inglês durante os encontros oficiais e francês durante as celebrações litúrgicas. A comitiva papal inclui os cardeais Kurt Koch (Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos), George Koovakad (Dicastério para o Diálogo Inter-religioso) e Claudio Gugerotti (Dicastério para as Igrejas Orientais), reforçando os eixos temáticos da jornada.

Com informações de Vatican News, Vatican.va, Folha de S.Paulo, Swissinfo■