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A Oração da Família: quando o surto paterno vira motivo de vigília
A convocação de Flávio Bolsonaro para uma vigília pela saúde do pai transforma drama político em reality show familiar, onde a fé vira estratégia e a espiritualidade vira palanque
Artigo
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■   Bernardo Cahue, 22/11/2025

Artigo humorístico. Caso não concorde, saia da página antes de ler

Em um momento que mistura tragédia grega com comédia de situação, a família Bolsonaro nos presenteou com a pérola: "Papai surtou, vamos rezar por ele". A frase, que poderia ser o roteiro de uma novela das nove, tornou-se a justificativa para transformar uma crise política em um evento religioso, provando que quando a política falha, resta apelar para o divino - ou pelo menos para as aparências divinas.

O Surto que Virou Estratégia

Segundo fontes não tão próximas assim (mas que dão ótimos relatos), o "surto" em questão não foi exatamente daqueles que exigiam chamar o carro branco. Era mais um surto estratégico, daqueles que coincidentemente acontecem quando a Polícia Federal aparece na porta e o ministro do STF está de mau humor. Os sintomas incluíam:

  • Vontade súbita de viajar - preferencialmente para embaixadas
  • Alergia aguda a tornozeleiras eletrônicas
  • Nostalgia dos tempos de presidente
  • Urgência em testar a resistência de passaportes diplomáticos

Um médico que preferiu não se identificar (porque não existe) diagnosticou: "Caso clássico de síndrome do palácio em reverso. O tratamento é complexo e inclui aceitação da derrota eleitoral e adaptação à vida comum".

Os Filhos em Ação: A Santíssima Trindade do Caos

Enquanto o patriarca "surta", os filhos se dividem em papéis pré-definidos:

  1. Flávio, o religioso: Convocando vigílias como se fossem delivery de milagres
  2. Eduardo, o radical: Transformando cada crise em oportunidade para queimar pontes
  3. Carlos, o digital: Gerenciando as redes sociais como um pastor de almas digitais

Um analista político que cobra por hora extra explicou: "É a versão tupiniquim da Sagrada Família, só que em vez de salvar a humanidade, estão tentando salvar o pai da cadeia.".

A Vigília dos Aflitos

A convocação para rezar pelo pai surtado trouxe à tona questões teológicas profundas:

  • Qual o santo protetor de quem viola tornozeleira eletrônica?
  • Quantos pais-nossos cancelam um mandado de prisão?
  • A vigília conta como prisão domiciliar se for feita em frente à delegacia?

Um teólogo de plantão ponderou: "Historicamente, as orações são mais eficazes quando acompanhadas de bons advogados. É o que chamamos de ecumenismo processual".

O Reality Show da Vida Real

Especialistas em entretenimento já especulam sobre o potencial do formato:

  • "A Família Reza" - spin-off de "A Família Dance"
  • "Irmãos em Oração" - a nova febre das manhãs dominicais
  • "Surto Sob Controle Divino" - reality terapêutico-espiritual

Um produtor visionário comentou: "É o conteúdo que ninguém pediu, mas que todos vão assistir. Tem drama, tem conflito familiar, tem elemento religioso e, o melhor de tudo, é de graça".

Conclusão: Amém, ou Não Sei

Enquanto isso, nas ruas, o povo se pergunta: quantas vigílias são necessárias para desfazer um surto que, convenhamos, vem se arrastando desde 2018? A resposta parece estar no céu - ou no sistema prisional, dependendo de qual tem melhor conexão com a justiça divina.

O que aprendemos com tudo isso? Que na política brasileira, quando a casa cai, a família se reúne para rezar. E quando as orações não funcionam, sempre resta a segunda opção: chamar o bom e velho habeas corpus.

Com informações de: Plantão do Humor, Coletivo de Piadas Políticas, Observatório do Absurdo Cotidiano, Gazeta do Riso, Jornal da Ironia ■