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Um mês após a entrada em vigor de um cessar-fogo na Faixa de Gaza, a assistência humanitária permanece gravemente aquém das necessidades de uma população devastada por dois anos de guerra. Com a aproximação do inverno e das fortes chuvas, milhões de palestinos deslocados enfrentam condições de vida cada vez mais desesperadoras, sem habitação adequada, alimentos suficientes ou acesso a serviços de saúde.
A Fome Persiste Apesar dos Esforços
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas conseguiu levar 20.000 toneladas de comida a Gaza, um montante que representa apenas metade do objetivo mínimo necessário para a população. A entrada de alimentos no norte do território é particularmente difícil, com Israel mantendo abertos apenas dois passos fronteiriços no sul, o que obriga os comboios de ajuda a seguir uma rota lenta e difícil.
O Inverno e a Crise de Abrigos
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) alerta que as necessidades de abrigo são extremas, com cerca de 90% da população deslocada. Estima-se que 1,5 milhão de pessoas precisem urgentemente de um abrigo de emergência, enquanto os estoques disponíveis estão praticamente esgotados.
Obstáculos Logísticos e Burocráticos
Apesar do cessar-fogo, restrições sistemáticas continuam a dificultar a provisão de assistência. A ONU relata que a burocracia, os cruzos fronteiriços limitados e a insegurança persistente são barreiras significativas. As inspeções israelitas nos postos de entrada são descritas como lentas, e muitos caminhões enfrentam dificuldades para circular entre os escombros que ainda obstruem as estradas. A OIM afirma estar pronta para responder rapidamente, mas depende de que lhe seja garantido acesso total, seguro e sem restrições pelas autoridades israelitas.
O Contexto Político e o Futuro de Gaza
Enquanto a crise humanitária se desenrola, os planos para o futuro de Gaza permanecem em fluxo. Documentos militares dos EUA vazados revelam planos para a divisão de longo prazo do território em uma "zona verde", sob controlo militar internacional e israelita, onde começaria a reconstrução, e uma "zona vermelha", que ficaria em ruínas e para a qual a maioria dos palestinos foi deslocada. Este cenário levanta sérias questões sobre o compromisso com um acordo político duradouro que leve ao governo palestino em toda a Gaza.
Enquanto isso, organizações palestinas e movimentos de solidariedade globais intensificam seus apelos, ligando a justiça climática à libertação da Palestina e denunciando a destruição de terras agrícolas e a contaminação do solo e da água em Gaza como parte de um "ecogenocídio".
Com informações de: The Guardian, Brasil de Fato, SAPO, IOM.int, Agência Brasil, Wikipedia, Euronews, Ungeneva.org, European Parliament ■