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Cessar-fogo entra em vigor em Gaza
Primeira fase do plano de paz prevê trégua de 72 horas para a libertação dos últimos reféns israelenses
Oriente-Medio
Foto: https://istoedinheiro.com.br/wp-content/uploads/sites/17/2025/10/74305486_303.jpg
■   Bernardo Cahue, 11/10/2025

Um cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas entrou em vigor na Faixa de Gaza nesta sexta-feira (10), marcando um momento decisivo após dois anos de guerra. O acordo, intermediado pelos Estados Unidos e aprovado pelo governo israelense, desencadeia uma série de medidas, incluindo a retirada inicial das tropas israelenses do enclave e um prazo de 72 horas para a libertação de todos os reféns ainda mantidos em cativeiro .

Aceleração da Retirada Militar

As Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram que, a partir do meio-dia (hora local) desta sexta-feira, suas tropas "começaram a se posicionar ao longo das linhas de implantação atualizadas" em Gaza, uma movimentação confirmada pela Defesa Civil do território . Representantes da Defesa Civil em Gaza relataram que as forças israelenses se retiraram de várias áreas da Cidade de Gaza e de partes de Khan Younis . De acordo com os termos do acordo, Israel manterá, nesta primeira fase, o controle de cerca de 53% do território de Gaza . Cerca de 200 soldados norte-americanos começaram a chegar a Israel para integrar um centro de coordenação que supervisionará o cessar-fogo, mas não entrarão em Gaza .

Lista de Prisioneiros sem Líderes de Destaque

Como parte do acordo, Israel se comprometeu a libertar prisioneiros palestinos em troca dos reféns. A lista divulgada pelo Ministério da Justiça de Israel inclui 250 palestinos condenados à prisão perpétua, além de outros 1,7 mil moradores de Gaza detidos após o início do conflito, em outubro de 2023 . No entanto, a lista não inclui figuras emblemáticas da luta armada palestina, como Marwan Barghouti, do Fatah, e Ahmad Sa’adat, da Frente Popular pela Libertação da Palestina, que eram uma exigência do Hamas nas negociações . A rede britânica BBC identificou na lista nomes como Iyad Abu al-Roub e Muhammad Abu al-Roub, que serão deportados para Gaza ou um terceiro país .

Os Últimos Reféns em Gaza

As esperanças estão voltadas para a libertação dos últimos reféns israelenses. O governo israelense acredita que cerca de 20 reféns vivos ainda estão detidos em Gaza, juntamente com os restos mortais de outros que morreram em cativeiro . Abaixo estão alguns dos reféns que, de acordo com as informações divulgadas por suas famílias e pelo Fórum das Famílias de Reféns, ainda estão em Gaza:

  • Rom Braslavski, 21 anos: Segurança do festival Supernova. Apareceu em um vídeo divulgado em julho, aparentando emaciado e frágil .
  • Nimrod Cohen, 20 anos: Recruta das FDI, foi capturado quando seu tanque apresentou defeito perto da fronteira com Gaza .
  • Guy Gilboa-Dalal, 24 anos: Foi ao festival Supernova com o irmão e apareceu em vídeos do Hamas em fevereiro e setembro .
  • Alon Ohel, 24 anos: Cidadão sérvio sequestrado no festival. Sua família relatou que, em vídeos recentes, ele parece estar parcialmente cego .
  • Bipin Joshi, 24 anos: Estudante nepalês que foi levado do kibutz Alumim. Sua família recebeu informação de que seu telefone foi rastreado em Gaza .
  • Avinatan Or, 32 anos: Sequestrado no festival com a namorada, Noa Argamani, que já foi resgatada. Eles foram separados durante o sequestro .
  • Omri Miran, 48 anos: Foi sequestrado no kibutz Nahal Oz. Sua esposa e duas filhas pequenas não foram capturadas .

O plano estabelece que, para cada refém cujos restos mortais forem libertados, Israel devolverá os corpos de 15 palestinos falecidos .

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou o acordo como uma vitória para Israel, mas fez um alerta: "O Hamas será desarmado, e Gaza será desmilitarizada. Se isso for alcançado da maneira fácil, tanto melhor. Se não, será alcançado da maneira difícil" . Os olhos do mundo se voltam agora para os próximos três dias, na expectativa de que as famílias dos reféns possam, finalmente, se reunir.

Com informações de O Globo, Agência Brasil, G1, BBC, Al Jazeera, The New York Times, Le Monde e Wikipedia. ■