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Dois anos de guerra em Gaza: um retrato da devastação em números
Conflito completou 24 meses com custo humano catastrófico: mais de 67 mil mortos palestinos, 20 mil deles crianças, e crise humanitária sem precedentes
Artigo
Foto: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRFW8jSJouboqqHMenqQ71UkieQgCqaX1q8mw&s
■   Bernardo Cahue, 07/10/2025

O custo humano do conflito

Dois anos se passaram desde o início da guerra em Gaza, iniciada em 7 de outubro de 2023, e o saldo é uma das crises humanitárias mais severas do século XXI. O conflito, que opõe Israel ao Hamas, já matou pelo menos 67.000 palestinos segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, enquanto do lado israelense 1.195 pessoas morreram nos ataques iniciais de 7 de outubro .

As vítimas mais vulneráveis

Entre os palestinos mortos, aproximadamente 20.000 eram crianças - uma média de uma criança morta a cada hora ao longo dos 24 meses de conflito . A organização Save the Children destacou que isso representa cerca de 2% de toda a população infantil de Gaza antes da guerra . Além das mortes, mais de 42.000 crianças ficaram feridas, com pelo menos 21.000 delas sofrendo incapacitações permanentes .

A crise da fome

Gaza enfrenta atualmente uma crise de fome de proporções históricas. O sistema de classificação de segurança alimentar IPC, apoiado pela ONU, confirmou em agosto de 2025 que uma situação de fome está ocorrendo no governatorado de Gaza - a primeira fome oficialmente reconhecida no Oriente Médio . Até setembro de 2025, pelo menos 361 pessoas morreram de fome, incluindo 130 crianças . A situação é particularmente grave para os mais jovens: quase uma em cada quatro crianças sofre de desnutrição aguda severa .

Mortes em busca de ajuda humanitária

A distribuição de ajuda alimentar tornou-se uma atividade de extremo risco. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 2.600 pessoas foram mortas e aproximadamente 19.000 ficaram feridas por tiros de soldados israelenses e contratantes de segurança enquanto tentavam coletar comida em pontos de distribuição . O jornal israelense Haaretz citou soldados que afirmaram ter recebido ordens para atirar em pessoas reunidas nesses locais .

Profissionais em risco

O conflito tem sido especialmente letal para jornalistas e trabalhadores humanitários. Estima-se que mais de 270 jornalistas e profissionais de mídia tenham sido mortos em Gaza, tornando esta a guerra mais mortal da história para jornalistas . De acordo com o Projeto Costs of War da Brown University, mais jornalistas morreram em Gaza do que a soma combinada de jornalistas mortos na Guerra Civil Americana, Primeira e Segunda Guerras Mundiais, Guerra da Coreia, Guerra do Vietnã, conflitos na Iugoslávia e guerra pós-11 de setembro no Afeganistão .

Os agentes de ajuda humanitária também pagaram um preço elevado: pelo menos 224 trabalhadores humanitários morreram, incluindo 179 funcionários da UNRWA . O sistema de saúde, alvo constante de ataques, perdeu pelo menos 1.722 profissionais de saúde e assistência .

Destruição em escala massiva

Além das perdas humanas, a infraestrutura de Gaza foi devastada. A ONU informa que 92% de todos os edifícios residenciais e 88% das instalações comerciais foram danificados ou destruídos . A análise por satélite da UNOSAT descobriu que, em julho de 2025, quase 78% de todas as estruturas em todo o enclave foram destruídas .

O Banco Mundial avaliou os danos físicos diretos causados pelo bombardeio israelense em US$ 55 bilhões, valor que inclui a obliteração de casas, escolas, hospitais e infraestrutura pública em toda a Faixa de Gaza .

Resumo do impacto em números

  • Mortos palestinos: Mais de 67.000
  • Mortos israelenses: 1.195
  • Crianças mortas: Aproximadamente 20.000
  • Mortos por fome: Pelo menos 361, incluindo 130 crianças
  • Mortos em filas por ajuda: Mais de 2.600
  • Jornalistas mortos: Mais de 270
  • Trabalhadores humanitários mortos: Pelo menos 224

Com informações de Wikipedia, Save the Children, UN News, Al Jazeera, Reuters, UNICEF