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10 mortos por Israel enquanto iniciam tratativas de paz no Egito
Gaza continua a ser dizimada por tropas sionistas, mesmo após o pedido de Trump para cessar bombardeios
Oriente-Medio
Foto: https://www.aljazeera.com/wp-content/uploads/2025/10/AFP__20251006__77UJ3M8__v1__HighRes__PalestinianIsraelConflictGazaDisplaced-1759790862.jpg?resize=770%2C513&quality=80
■   Bernardo Cahue, 07/10/2025

As delegações de Israel e do Hamas iniciaram negociações indiretas nesta segunda-feira (06/10) no Egito para discutir um plano de cessar-fogo proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As conversas, mediadas por Egito, Catar e outros atores, são vistas como a maior oportunidade em meses para pôr fim a dois anos de guerra.

Contudo, a violência no terreno persistiu. Nos dias que antecederam as conversas, ataques israelenses mataram dezenas de palestinos na Faixa de Gaza. Apenas no domingo, pelo menos 24 pessoas foram mortas, incluindo quatro que buscavam ajuda humanitária. Outras sete pessoas foram mortas em ataques na segunda-feira. Os ataques elevam para mais de 67.000 o número de palestinos mortos desde o início do conflito.

O Plano em Discussão

As negociações giram em torno de uma proposta americana de 20 pontos que visa um cessar-fogo permanente. Os principais elementos em discussão são:

  • Libertação de Reféns e Prisioneiros: O Hamas libertaria os 48 reféns israelenses restantes (dos quais se acredita que 20 ainda estejam vivos) em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinos.
  • Retirada Militar: As forças israelenses se retirariam para uma "linha inicial" dentro de Gaza.
  • Futuro de Gaza: O plano exige que o Hamas renuncie ao poder e desarme, com a administração do território passando para um corpo de governança transitório.

O Andamento das Negociações

As tratativas são indiretas, o que significa que as delegações israelense e do Hamas não se reúnem face a face, mas sim por meio de mediadores. A primeira rodada de discussões foi concluída na segunda-feira e as conversas devem ser retomadas na terça-feira "em meio a uma atmosfera positiva", segundo a mídia estatal egípcia.

Líderes internacionais expressaram otimismo cauteloso. O presidente Trump afirmou acreditar que um acordo será fechado e pressionou todas as partes a se moverem rapidamente. Da mesma forma, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse esperar anunciar a libertação de todos os reféns nos próximos dias.

Obstáculos e Pressões

Apesar do otimismo, grandes obstáculos permanecem:

  • O Cronograma: O plano americano estipula que os reféns devem ser libertados em 72 horas, mas oficiais do Hamas alertam que pode ser necessário mais tempo para localizar e recuperar os corpos daqueles que estão mortos.
  • O Desarmamento do Hamas: A exigência de que o Hamas desarme é um ponto de atrito crucial. O grupo se recusa a fazê-lo sem garantias de que Israel encerrará completamente a ocupação.
  • Pressão Política Interna em Israel: Parceiros de coalizão de extrema-direita do governo Netanyahu ameaçaram derrubar o governo se um acordo permitir que o Hamas continue a existir de alguma forma.

Enquanto isso, em Gaza, civis exaustos oram por um fim para uma guerra que, em dois anos, matou dezenas de milhares de palestinos e deixou a maior parte do território em ruínas.

Com informações de CNN, Reuters, Al Jazeera, ABC News, The Guardian, Democracy Now! ■