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Israel mata 19 civis que buscavam ajuda humanitária em Gaza enquanto Egito sedia negociações de paz
Ataques a civis que aguardavam auxílio alimentar mataram dezenas de pessoas em Gaza; simultaneamente, delegações de Israel, Hamas e países mediadores iniciam conversas críticas no Egito para tentar encerrar a guerra
Oriente-Medio
Foto: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTAioXY8uVNS1jIDxOgIEaJQqjCf_F66Ickew&s
■   Bernardo Cahue, 06/10/2025

Em um dia de contrastes marcantes, civis palestinos que buscavam ajuda humanitária continuam sendo mortos por forças israelenses em Gaza, enquanto no Egito, representantes de Israel e Hamas iniciaram negociações indiretas para um cessar-fogo, seguindo a proposta de paz do presidente americano Donald Trump.

Crise humanitária profunda e ataques a civis

Os corpos de 19 pessoas chegaram a hospitais de Gaza nas últimas 24 horas, incluindo dois civis que morreram durante ataques israelenses enquanto aguardavam a distribuição de auxílio alimentar. Este incidente faz parte de um padrão mais amplo de violência que já dura meses.

Desde maio de 2025, mais de 2.500 palestinos foram mortos e milhares ficaram feridos enquanto buscavam ajuda humanitária na Faixa de Gaza. A maioria dos incidentes mortais ocorreu nas proximidades de locais de distribuição de aid operados pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), uma organização apoiada por Estados Unidos e Israel.

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos documentou que, somente até 31 de julho, pelo menos 1.373 palestinos buscando ajuda foram mortos: 859 perto dos locais da GHF e 514 perto de comboios de aid da ONU.

Negociações de paz no Egito

Enquanto a crise humanitária se aprofunda, as negociações acontecem no resort de Sharm el-Sheikh, no Egito, com a presença de delegações de Israel, Hamas e mediadores dos Estados Unidos, Catar, Egito e Turquia.

O plano americano de 20 pontos exige que o Hamas liberte 48 reféns em troca da libertação de 1.700 prisioneiros palestinos detidos por Israel, além de 250 palestinos condenados à prisão perpétua.

O presidente Trump pediu que as negociações "avançassem rapidamente", afirmando em suas redes sociais que "o tempo é essencial, ou um banho de sangue maciço se seguirá". Enquanto isso, fontes familiarizadas com as conversas disseram à CNN que as negociações devem "durar alguns dias".

Principais pontos de discordância

As negociações enfrentam vários obstáculos significativos, incluindo:

  • Desarmamento do Hamas: Israel insiste que o Hamas deve ser desarmado, enquanto o grupo até agora se recusou a aceitar essa condição.
  • Futuro governo de Gaza: O plano prevê que o Hamas não terá papel na governança de Gaza, outra exigência que o grupo resiste.
  • Retirada militar israelense: Os detalhes e o cronograma da retirada das tropas israelenses de Gaza ainda precisam ser negociados.

Contexto humanitário catastrófico

A população de Gaza enfrenta condições devastadoras, com 2,1 milhões de pessoas sofrendo de fome extrema e sistemas de saúde à beira do colapso. O Ministério da Saúde de Gaza relatou que 80 crianças morreram de fome desde o início da guerra.

Especialistas humanitários alertam que a assistência atual é perigosamente inadequada. O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas descreve a crise de fome em Gaza como atingindo "novos e surpreendentes níveis de desespero".

Com informações de: Wikipedia, Al Jazeera, CNN, Associated Press, The New York Times, BBC, CBS News, NPR. ■