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Greta foi arrastada pelos cabelos e obrigada a beijar bandeira israelense, dizem ativistas
Relatos de participantes da Flotilha Global Sumud, incluindo Greta Thunberg, descrevem tratamento violento, privação de alimentos e celas infestadas de insetos; Israel nega as acusações
Oriente-Medio
Foto: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/wp-content/uploads/2025/10/01ff2b10-9f2d-11f0-92db-77261a15b9d2-jpg-e1759626186370.webp
■   Bernardo Cahue, 05/10/2025

Detidos por Israel após a interceptação da Flotilha Global Sumud, que tentava levar ajuda humanitária a Gaza, ativistas relataram à imprensa e a organizações de direitos humanos terem sofrido maus-tratos e condições degradantes sob custódia israelense. As alegações incluem violência física, privação de necessidades básicas e uso de detidos para propaganda.

Entre os mais de 450 ativistas detidos, a sueca Greta Thunberg foi citada em múltiplos relatos. Em documentos obtidos pelo jornal The Guardian e confirmados por autoridades suecas, a ativista descreveu estar submetida a um tratamento severo. Ela teria informado sobre desidratação, alimentação insuficiente e desenvolvido erupções cutâneas suspeitas de serem causadas por percevejos em sua cela.

Outros participantes libertados corroboraram as alegações. O jornalista turco Ersin Celik afirmou à agência Anadolu ter testemunhado Thunberg sendo "arrastada pelos cabelos diante de nossos olhos, bateram nela e a forçaram a beijar a bandeira israelense". Os ativistas Hazwani Helmi (malaia) e Windfield Beaver (americano) disseram na chegada à Turquia que a ativista foi empurrada e forçada a usar uma bandeira israelense, sendo "usada como propaganda".

As condições gerais dos detidos também foram denunciadas como precárias. A organização israelense Adalah, que oferece assistência jurídica, afirmou que os presos foram privados de água, saneamento, medicação e acesso imediato a advogados. Segundo a entidade, alguns foram forçados a ficar ajoelhados com as mãos amarradas por pelo menos cinco horas. A ativista turca Ikbal Gurpinar declarou: "Trataram-nos como cães. Deixaram-nos com fome durante três dias. Não nos deram água; tivemos de beber da sanita".

O governo israelense, por meio de seu Ministério das Relações Exteriores, negou veementemente todas as acusações, classificando-as como "mentiras completas". Um porta-voz afirmou que todos os detidos estavam "seguros e em boas condições de saúde", com acesso a água, comida, banheiros e assistência jurídica.

A Flotilha Global Sumud, que zarpou no final de agosto, era composta por mais de 40 embarcações civis e marcou a mais recente tentativa de desafiar o bloqueio naval israelense a Gaza. A ação resultou em uma onda de condenações internacionais e protestos em vários países.

Com informações de: G1, BBC, VEJA, The Guardian, Al Jazeera, Poder360, Reuters. ■