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O Exército de Israel bloqueou a principal estrada de acesso à Cidade de Gaza e fechou o último corredor para o norte do território, numa medida que o ministro da Defesa, Israel Katz, classificou como a "última chance" para centenas de milhares de civis deixarem a região. A ação representa um aperto do cerco em torno da área, onde as forças israelenses prometem erradicar os combatentes do Hamas.
Tanques israelenses montaram barreiras de areia na estrada principal ao sul da Cidade de Gaza, impedindo o retorno de civis que haviam saído temporariamente em busca de alimentos ou abrigo. Em um comunicado, o ministro Katz afirmou que aqueles que optarem por permanecer na cidade "serão considerados terroristas e colaboradores do terrorismo". A estrada costeira al-Rashid, que era a última rota para o norte, foi totalmente fechada para o tráfego do sul.
Esta movimentação terrestre ocorre no contexto de uma ampla ofensiva israelense iniciada em resposta ao ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023. A ordem de evacuação para cerca de um milhão de pessoas da Cidade de Gaza foi dada em setembro, e os militares afirmam que 780 mil já deixaram a área desde então. No entanto, as Nações Unidas estimam que entre 600 mil e 700 mil pessoas ainda permanecem no local, enfrentando condições desesperadoras.
O fechamento dos acessos agrava uma crise humanitária já crítica. Agências de ajuda internacional alertam que a região enfrenta fome, com escassez generalizada de alimentos, água e medicamentos. Os sistemas de saúde estão à beira do colapso, com hospitais como o Al Shifa sendo forçados a reduzir serviços essenciais devido aos bombardeios constantes e à falta de insumos.
Enquanto os combates terrestres se intensificam, prosseguem as negociações para um cessar-fogo. O plano em discussão, proposto pelo governo dos Estados Unidos, exige o desarmamento completo do Hamas e a libertação de todos os reféns israelenses ainda mantidos em Gaza. Fontes próximas ao grupo militante palestino indicam que o Hamas "deseja modificar algumas cláusulas, como a do desarmamento", e busca garantias internacionais para uma retirada total das tropas israelenses.
Mesmo com o ultimato, muitos palestinos decidiram permanecer na Cidade de Gaza. Alguns residentes expressaram temor de que, se saíssem, nunca mais poderiam voltar para suas casas. "Não vamos partir. Temos medo de que, se partirmos, nunca mais vejamos nossa Cidade de Gaza", disse Hani, um jovem de 24 anos. Outros relataram que a determinação em ficar só aumentou com as medidas israelenses.
Com informações de: G1, O Globo, Poder360, Folha de S.Paulo, Terra, Veja, BBC. ■