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Chacina diária: 20 palestinos assassinados hoje em Gaza
Novos ataques israelenses em Gaza causam dezenas de mortes no mesmo dia da interceptação de flotilha humanitária; ofensiva terrestre em Gaza City intensifica crise humanitária; pelo menos 20 palestinos foram mortos nas últimas horas, segundo agências internacionais
Oriente-Medio
Foto: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQgj7f6VveZINak-Exxa2eiPywDNR_CwuVevgoZeTd9kQ&s=10
■   Bernardo Cahue, 02/10/2025

Enquanto a atenção internacional se voltava para a interceptação pela marinha israelense da Flotilha Global Sumud, que tentava levar ajuda humanitária a Gaza, uma série de novos ataques aéreos e terrestres do exército israelense causou dezenas de mortes de palestinos na Faixa de Gaza nesta quinta-feira, 2 de outubro de 2025.

Os ataques ocorreram em várias regiões do território sitiado:p>

  • Nove pessoas - a maioria mulheres - morreram quando uma casa foi atingida no leste da cidade de Deir al-Balah, no centro de Gaza.
  • Três pessoas faleceram após um ataque a uma tenda no mesmo campo de deslocados de Deir al-Balah.
  • Uma criança foi morta por fogo de drone na área de Ansar, a oeste de Gaza City.
  • Um palestino e sua esposa foram mortos em um ataque de drone a uma casa no campo de refugiados de Al-Bureij, no centro de Gaza.

O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, informou que o total de palestinos mortos desde o início da guerra, em outubro de 2023, já ultrapassa 66.000. Os números divulgados pela pasta são considerados a estimativa mais confiável de baixas em tempo de guerra por agências da ONU e muitos especialistas independentes.

Contexto da ofensiva militar

Os ataques ocorrem em meio a uma intensificação da ofensiva israelense em Gaza City. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, emitiu um aviso na quarta-feira dizendo que era a "última oportunidade" para os palestinos deixarem a cidade, afirmando que qualquer um que permanecesse seria considerado "terroristas e apoiadores do terror" e enfrentaria a "força total" do ataque mais recente de Israel.

A ofensada forçou aproximadamente 350.000 pessoas a fugirem de Gaza City, com a ONU estimando que 190.000 foram deslocadas desde agosto []. A situação humanitária se agravou com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha suspendendo temporariamente suas operações em Gaza City, seguindo o exemplo de Médicos Sem Fronteiras na semana anterior.

Interceptação da Flotilha Sumud

Paralelamente à escalada militar, a Marinha israelense interceptou a maioria dos cerca de 40 navios que participavam da Flotilha Global Sumud. Os organizadores descreveram a ação como um "ataque ilegal" a humanitários, enquanto Israel afirmou que os ativistas estavam "interessados não em ajuda, mas em provocação".

Entre os detidos estavam personalidades como a ativista sueca Greta Thunberg, o neto de Nelson Mandela, Nkosi Zwelivelile Mandela e a deputada federal brasileira Luizianne Lins. O governo israelense informou que todos os ativistas detidos estão "seguros e com boa saúde" e serão deportados para a Europa.

Reações internacionais

A interceptação da flotilha provocou protestos globais e tensão diplomática:

  • O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, condenou a interceptação, chamando-a de "outra grave ofensa" de Israel.
  • O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, ordenou a expulsão de toda a delegação diplomática israelense em Bogotá.
  • O Brasil emitiu nota expressando preocupação com a segurança dos cidadãos brasileiros detidos e deplorando "a ação militar do governo de Israel, que viola direitos e põe em risco a integridade física de manifestantes em ação pacífica".
  • Protestos foram registrados em cidades como Atenas, Berlim, Bruxelas, Buenos Aires e Roma.

Com informações de Associated Press, CNN, Al Jazeera, O Globo, QNA, Reuters, UOL, Vatican News, WAFA. ■