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Israel declara fim da "provocação" da flotilha humanitária e anuncia deportação de ativistas
Governo israelense afirma que todos os passageiros interceptados estão seguros; Brasil e outros países condenam a ação militar
Oriente-Medio
Foto: https://pbs.twimg.com/media/G2QBQ7oaMAA78P4.jpg
■   Bernardo Cahue, 02/10/2025

O Ministério das Relações Exteriores de Israel emitiu um comunicado nesta quinta-feira (2) declarando que a tentativa da Flotilha Global Sumud de chegar à Faixa de Gaza está concluída. A pasta descreveu a missão como uma "provocação da Hamas-Flotilha Sumud" e afirmou que nenhuma das embarcações conseguiu violar o bloqueio naval que considera legítimo.

No comunicado, divulgado na rede social X, o governo israelense informou que todos os passageiros capturados durante a operação de interceptação estão "sãos e salvos" e serão deportados para países da Europa a partir de um porto em Israel. A mensagem oficial acrescentou que uma última embarcação permanecia à distância e que, caso se aproximasse, sua tentativa também seria impedida.

A operação militar israelense para interceptar a flotilha ocorreu a partir da noite de quarta-feira (1) e continuou na madrugada de quinta-feira (2). De acordo com os organizadores, a frota era composta por cerca de 45 barcos e cerca de 500 ativistas de mais de 45 nacionalidades, incluindo a ativista sueca Greta Thunberg. A marinha israelense usou canhões de água e chegou a abalroar uma das embarcações, segundo relatos da flotilha. Imagens divulgadas mostraram soldados israelenses embarcando nos navios enquanto os ativistas, de coletes salva-vidas, mantinham as mãos erguidas.

Entre os detidos, estão pelo menos dez cidadãos brasileiros e um argentino residente no Brasil. Os nomes dos brasileiros confirmados são:

  • Ariadne Catarina Cardoso Teles
  • Magno De Carvalho Costa
  • Luizianne De Oliveira Lins (Deputada federal)
  • Gabrielle Da Silva Tolotti
  • Bruno Sperb Rocha
  • Mariana Conti Takahashi
  • Thiago de Ávila e Silva Oliveira
  • Lucas Farias Gusmão
  • Mohamad Sami El Kadri
  • Lisiane Proença Severo

O ativista Thiago Ávila chegou a publicar um vídeo nas redes sociais, antes da interceptação, pedindo apoio imediato do governo brasileiro.

A ação israelense gerou condenação internacional e reações diplomáticas imediatas:

  • O Brasil emitiu uma nota oficial deplorando a ação militar, classificando-a como condenável e que viola direitos, e colocando sob responsabilidade de Israel a segurança dos detidos.
  • A Espanha convocou a encarregada de negócios de Israel em Madri.
  • O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou a expulsão da delegação diplomática israelense de Bogotá.
  • O México pediu garantias de que os direitos e a integridade de seus cidadãos detidos fossem respeitados.

Organizações internacionais também se posicionaram. A Anistia Internacional no Brasil qualificou a interceptação como ilegal, argumentando que nenhuma regra do direito internacional autoriza ataques a embarcações em livre navegação em águas internacionais. A flotilha partiu da Espanha em setembro com o objetivo de romper o bloqueio a Gaza e entregar ajuda humanitária a um território que, segundo a ONU, enfrenta fome extrema.

Com informações de: Notícias UOL, RFI, Terra.com.br, Agence France-Presse, Valor Econômico, Agência Brasil, CNN. ■