Atos ocorrem em diversas capitais do mundo para condenar a ação militar e demonstrar solidariedade aos ativistas detidos
A interceptação pela marinha israelense da Flotilha Global Sumud, uma missão civil que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza, desencadeou uma série de manifestações e fortes condenações internacionais nesta quinta-feira (02). A ação militar, que ocorreu em águas internacionais do Mediterrâneo e resultou na detenção de centenas de ativistas, foi classificada por diversos governos como uma violação do direito internacional.
Os protestos tomaram as ruas em várias cidades, expressando repúdio à interceptação e exigindo a libertação imediata dos participantes da flotilha, que incluÃa figuras conhecidas como a ativista climática Greta Thunberg e parlamentares de diversos paÃses.
Condenação Internacional e Reações Governamentais
Diversos governos se manifestaram contra a ação israelense, responsabilizando Israel pela segurança dos detidos e deplorando o uso da força contra uma missão pacÃfica:
- Brasil: O governo brasileiro emitiu uma nota oficial deplorando a "ação militar israelense, que viola direitos e coloca em risco a integridade fÃsica de manifestantes em uma ação pacÃfica". A embaixada em Tel Aviv mantém contato com as autoridades locais para prestar assistência consular aos cidadãos brasileiros, incluindo a deputada federal Luizianne Lins.
- Colômbia: O presidente Gustavo Petro adotou medidas duras, ordenando a saÃda imediata de diplomatas israelenses e rescindindo o acordo de livre comércio entre os dois paÃses. Bogotá rejeitou o "sequestro" de suas cidadãs em águas internacionais.
- BolÃvia: O presidente Luis Arce condenou veementemente a "brutal agressão", descrevendo-a como uma "violação flagrante do direito internacional".
- Outras Nações: PaÃses como Cuba, Venezuela, México, Irã, Chile e França também condenaram a interceptação e exigiram garantias de segurança e o respeito aos direitos dos ativistas detidos.
Protestos Tomam as Ruas ao Redor do Mundo
Além das declarações oficiais, a sociedade civil se mobilizou em protestos de rua em várias capitais:
- Europa: Manifestações significativas ocorreram em Roma, onde cerca de 10.000 pessoas se reuniram, além de Barcelona, Bruxelas, Berlim e Istambul. Em cidades italianas como Nápoles, Milão e Turim, ativistas chegaram a paralisar estações de trem.
- América do Sul: No Uruguai, dezenas de pessoas se reuniram em Montevidéu para denunciar o ocorrido. Na Argentina, manifestantes em Buenos Aires pressionaram pelo resgate de uma legisladora argentina a bordo da flotilha.
- Brasil: Cidades brasileiras registraram atos em solidariedade à Flotilha Global Sumud. Em São Paulo, uma vigÃlia com movimentos sociais, sindicais e partidos polÃticos foi realizada, cobrando uma posição mais firme do governo e o rompimento de relações comerciais com Israel.
A Missão da Flotilha e a Resposta de Israel
A Flotilha Global Sumud era composta por cerca de 50 embarcações e mais de 500 ativistas de diversas nacionalidades, com o objetivo de entregar 5.500 toneladas de ajuda humanitária e simbolicamente romper o bloqueio marÃtimo a Gaza. As forças israelenses afirmaram que a interceptação ocorreu porque a frota se aproximava de uma "zona de combate ativa" e violava um "bloqueio naval legal". O governo israelense declarou que todos os ativistas estavam seguros e seriam transferidos para um porto em Israel para posterior deportação.
Com informações de: Agência Brasil, BBC, Esquerda.net, Euronews, LexLegal, Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Opera Mundi, People's Health Dispatch, SINTUSP. ■