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Um alto dirigente do Hamas declarou à BBC que o grupo rejeitará o plano de paz para Gaza apresentado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, por considerar que a proposta "serve aos interesses de Israel" e "ignora os do povo palestino". A crÃtica surge no momento em que mediadores internacionais pressionam por uma solução para o conflito que já dura dois anos.
Segundo o dirigente, duas condições centrais do plano de 20 pontos são inaceitáveis para o grupo:
O plano foi aceito publicamente pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante uma reunião na Casa Branca na segunda-feira (29). No entanto, o Hamas ainda não deu uma resposta oficial, e o Ministério das Relações Exteriores do Catar afirmou que o grupo está analisando a proposta da Casa Branca de maneira "responsável".
As negociações dentro do Hamas, que devem se estender por vários dias, incluem outras facções palestinas. A Jihad Islâmica Palestina (PIJ), que participou do ataque de 7 de outubro, já rejeitou o plano.
Um dos principais pontos de conflito é a exigência de que todos os reféns israelenses sejam libertados de uma só vez, o que faria o Hamas perder sua principal moeda de troca. Além disso, existe uma profunda desconfiança na liderança do grupo de que Israel retomaria as operações militares após a recuperação dos reféns.
Enquanto isso, Netanyahu parece estar recuando em relação a alguns termos do plano que ele próprio aceitou. Em um vÃdeo publicado na rede social X, ele insistiu que o exército israelense permaneceria em partes de Gaza e que Israel "resistiria à força" à criação de um Estado palestino, posição que contradiz a estrutura proposta por Trump.
Dentro de Gaza, a população civil, devastada pela guerra e por uma crise humanitária, demonstrou apoio ao plano – mas apenas porque ele poderia levar ao fim imediato dos combates.
"O plano americano tem cláusulas ruins, mas eu o apoio porque vai parar a guerra e se livrar do Hamas. Mesmo que o próprio diabo trouxesse uma proposta para acabar com este inferno em que vivemos, eu apoiaria", disse o morador Khadar Abu Kweik à BBC.
O jornalista palestino Fathi Sabah expressou o desespero generalizado: "O povo de Gaza não aguenta mais. Está devastado, exausto, desesperado e sem esperança. Eles querem um cessar-fogo agora, não amanhã, a qualquer custo".
O presidente Trump deu um prazo de "três ou quatro dias" para que o Hamas responda à sua proposta, alertando que uma rejeição levaria a um "fim muito triste".
Com informações de: G1, BBC, The New York Times, CNN Brasil, CNN Español, Al Jazeera, Axios. ■