Siga nossas redes sociais | ![]() | Siga nossos canais |
O Irã anunciou nesta segunda-feira (29) a execução de um homem identificado como Bahman Choubi Asl (também grafado como Bahman Choobiasl), descrito pelas autoridades judiciárias do paÃs como "um dos espiões mais importantes" de Israel. A execução por enforcamento é a nona desde junho, quando Irã e Israel travaram uma guerra de 12 dias, e ocorre no contexto de uma repressão interna massiva que inclui prisões e outras penas capitais.
Segundo a agência de notÃcias Mizan, porta-voz do Poder Judiciário iraniano, Choubi Asl trabalhava em "projetos sensÃveis de telecomunicações" e teria tido "acesso privilegiado a bancos de dados vitais e soberanos" da República Islâmica. As autoridades alegam que ele colaborou de forma "estreita" com a inteligência israelense e repassava informações sobre as rotas de importação de equipamentos eletrônicos para os israelenses.
O anúncio da execução reflete a polÃtica de julgamentos rápidos prometida pelo Irã após o fim das hostilidades com Israel. O chefe do Poder Judiciário iraniano, Gholamhossein Mohseni Ejei, já havia determinado que processos de pessoas acusadas de espionagem para o "regime sionista" devem ter celeridade, "considerando as condições da guerra". Desde o conflito, as autoridades:
A execução de Bahman Choubi Asl integra um padrão mais amplo e alarmante de aplicação da pena de morte no Irã. De acordo com estimativas de grupos de direitos humanos com sede em Oslo e Washington, o paÃs já executou mais de mil pessoas em 2025, um número que pode ser ainda maior devido à falta de transparência oficial. Este ritmo de execuções é o mais elevado em décadas, não sendo visto desde 1988, quando milhares de prisioneiros polÃticos foram executados no final da guerra Irã-Iraque.
Analistas e ativistas apontam que, para além de combater a suposta infiltração israelense, as autoridades iranianas estão utilizando as acusações de espionagem como uma ferramenta para silenciar a dissidência interna e aumentar o controle sobre a população. A repressão tem como alvo não apenas supostos espiões, mas também jornalistas, ativistas, escritores e familiares de pessoas mortas durante os protestos de 2022.
Com informações de: CartaCapital, Gauchazh, RTP, Jovem Pan, Folha de S.Paulo, G1, O Globo, Veja, Gazeta do Povo, Euronews. ■