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Em mais um movimento covarde de alguns canais do conglomerado de imprensa e massivamente nas redes sociais, uma narrativa tenta equiparar as recentes manifestações de 21 de setembro de 2025 contra a PEC da Blindagem e o projeto de anistia aos atos de 2013. No entanto, uma análise crÃtica dos fatos revela que a comparação é, no mÃnimo, esdrúxula. Enquanto as Jornadas de Junho foram um movimento de natureza inicialmente apartidária e posteriormente cooptado por grupos com campanhas televisivas especÃficas, os atos do último domingo nasceram com uma identidade polÃtico-partidária clara e um financiamento pulverizado, majoritariamente ancorado em movimentos sociais e sindicais.
Os protestos de 2025 foram convocados abertamente por frentes como Povo Sem Medo e Brasil Popular, ligadas a partidos de esquerda como PT e PSOL, e contaram com a adesão de centrais sindicais. A participação de figuras públicas foi marcada por manifestações individuais de artistas que decidiram por conta própria se posicionar. Já em 2013, o "Movimento Vem Pra Rua" emergiu como uma força de organização, notadamente com um perfil diferente e que, em sua fase posterior, contou com financiamento direto de banqueiros e uma campanha televisiva explÃcita, elementos totalmente ausentes no cenário atual.
As manifestações de 2025 tinham como foco duas pautas concretas do Congresso Nacional:
Em contraste, as Jornadas de 2013 eclodiram a partir de uma pauta difusa (contra o aumento das tarifas de ônibus) que se amplificou para uma série de demandas heterogêneas contra os serviços públicos e o sistema polÃtico como um todo, sem um alvo legislativo especÃfico. Não obstante, os movimentos de 2013 iniciaram de forma analiticamente "oportunizada": meio à s tensões diplomáticas entre Dilma Rousseff e Barack Obama após o caso dos "grampos telefônicos", caso que sustenta a tese conspiratória de que as Jornadas teriam sido majoritariamente financiadas pela USAID. O resultado do movimento foi devastador: apesar da vitoria de Dilma Rousseff ao segundo mandato em 2014, o mesmo movimento contÃnuo alimentou o "lavajatismo", o antipetismo, o impeachment de Dilma Rousseff e, posteriormente, o bolsonarismo.
A tentativa de equalizar os dois momentos é um exercÃcio de apagamento ou distorção de contextos. As manifestações de 2025 são uma reação direta a iniciativas legislativas percebidas como um retrocesso democrático e uma promessa de impunidade, articulada por uma base polÃtica definida. Já 2013 representou uma explosão de insatisfação popular de origens multifacetadas, canalizada por atores polÃticos que não os tradicionais partidos de esquerda. Tratá-los como iguais é ignorar a complexidade da polÃtica brasileira e as razões especÃficas que levam cidadãos à s ruas em diferentes momentos da história.
Com informações de: Agência Brasil, BBC News Brasil, CNN Brasil, Estado de Minas, G1. ■