Siga nossas redes sociais
Logo     
Siga nossos canais
   
Tesouro arqueológico de Gaza destruído em bombardeio israelense
População civil é forçada a deslocar-se para o sul sob risco de ataques; pelo menos 31 mortes foram registradas em 24 horas
Oriente-Medio
Foto: https://www.monitordooriente.com/wp-content/uploads/2023/12/AA-20231104-32656217-32656216-ISRAELI_ATTACKS_ON_GAZA_CONTINUE-1.webp
■   Bernardo Cahue, 14/09/2025

Um centro de pesquisa arqueológica administrado pela Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém (Ebaf) foi gravemente afetado por operações militares israelenses nesta semana, resultando na destruição de milhares de artefatos históricos. Segundo a Ebaf, o acervo continha cerca de 180 metros cúbicos de elementos recolhidos em cinco sítios arqueológicos principais de Gaza, incluindo o mosteiro de São Hilarion, declarado Patrimônio da Humanidade.

Em meio à escalada de violência, as forças israelenses ordenaram a evacuação urgente de civis para o sul da Faixa de Gaza, ampliando o deslocamento forçado de uma população já devastada pela guerra. Desde o início deste domingo, pelo menos 31 pessoas morreram em bombardeios, agravando uma crise humanitária que já deslocou mais de 1,9 milhão de palestinos.

Contexto do Ataque e Resgate Arqueológico

A operação de resgate do acervo arqueológico foi descrita como "de alto risco" por Olivier Poquillon, diretor da Ebaf. Funcionários franceses, da UNESCO e do Patriarcado Latino de Jerusalém negociaram uma trégua de algumas horas para permitir a transferência dos artefatos, mas a localização atual dos itens não foi divulgada por motivos de segurança.

Imagens de satélite analisadas pela CNN confirmam que a destruição em Gaza atingiu níveis críticos: 1.816 edifícios foram danificados ou destruídos apenas entre 9 de agosto e 5 de setembro, muitos deles demolidos por escavadeiras e tratores israelenses.

Crise Humanitária e Deslocamento Forçado

O governo israelense insiste que a ocupação total de Gaza é necessária para "exterminar o Hamas", como afirmou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. No entanto, essa estratégia tem resultado em custos humanos catastróficos:

  • 78% dos edifícios em Gaza estão danificados ou destruídos.
  • Fome generalizada afeta 100% da população, segundo a ONU.
  • Hospitais e escolas são alvos frequentes, com um ataque recente a uma escola da UNRWA resultando em 14 mortes.
.

Militares israelenses alegam que infraestruturas civis são usadas pelo Hamas para operações militares, mas não apresentam provas consistentes.

Repercussão Internacional

A comunidade global tem reagido com crescentes críticas:

  • Universidades em vários países, incluindo a Universidade Federal do Ceará (UFC), romperam laços acadêmicos com Israel em protesto contra a guerra.
  • O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, visitou Israel para reaffirmar apoio, mas destacou descontentamento com ataques a países aliados, como o Catar.
  • A ONU aprovou uma resolução reconhecendo o Estado da Palestina, apoiada por nações como França e Reino Unido.

A destruição do patrimônio arqueológico de Gaza simboliza a erosão da identidade histórica palestina em meio a um conflito que já matou mais de 63.000 pessoas. Enquanto a população é obrigada a migrar para o sul sob risco de morte, a comunidade internacional pressiona por um cessar-fogo que parece distante. Mais de 200 sítios arqueológicos já haviam sido destruídos por bonbardeios israelenses em Gaza apenas no terceiro mês de conflito, segundo relatório da Anadolu de 30 de dezembro de 2023.

Com informações de: Agência Brasil, CNN Brasil, UOL, Vatican News, Wikipédia, O Globo, Público.pt.■