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Fome em Gaza: 13 mortes em 24 horas
Nova tragédia reflete crise humanitária catastrófica no território palestino, onde famine já é realidade
Oriente-Medio
Foto: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSWxJ5nbVu3ZrSAgkpqQXrkaG4dfK38gL35Vg&s
■   Bernardo Cahue, 02/09/2025

Treze pessoas, incluindo três crianças, morreram devido à fome e desnutrição em Gaza nas últimas 24 horas, segundo informou o Ministério da Saúde local nesta terça-feira (2 de setembro de 2025). Os óbitos elevam para 185 o número total de mortos por inanição apenas em agosto, agravando ainda mais a crise humanitária no território palestino.

O total de mortes relacionadas à fome desde o início da guerra em outubro de 2023 agora é de 361, incluindo 130 crianças. Esses números chocantes ilustram a severidade da crise de fome que assola a população gazense.

De acordo com as Nações Unidas, a situação nutricional em Gaza atingiu níveis catastróficos:

  • 43.000 crianças abaixo de cinco anos sofrem de desnutrição
  • 55.000 mulheres grávidas ou lactantes enfrentam carências nutricionais severas
  • Duas em cada três mulheres grávidas sofrem de anemia

Estes números representam as mais altas taxas de desnutrição registradas em anos.

O sistema de classificação de segurança alimentar IPC (Integrated Food Security Phase Classification), apoiado pela ONU, declarou em 22 de agosto que 514.000 pessoas em Gaza - quase um quarto da população do território - já enfrentam condições de famine. A previsão é que este número aumente para 641.000 até o final de setembro.

Esta é a primeira vez que o IPC registra famine fora da África, marcando um triste marco histórico para a região do Oriente Médio. Especialistas preveem que as condições de famine se espalharão para Deir el-Balah, no centro de Gaza, e Khan Younis, no sul, até o final deste mês.

O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, classificou a famine como um "desastre fabricado pelo homem, um indicativo moral e uma falha da própria humanidade". Guterres afirmou que Israel, como potência ocupante, tem "obrigações inequívocas" perante a lei internacional de garantir que alimentos e suprimentos médicos cheguem a Gaza.

As organizações humanitárias têm alertado consistentemente sobre a crise iminente e demandado ações imediatas. Israel, por sua vez, rejeitou as conclusões do relatório da IPC, afirmando que não há famine em Gaza, despite as evidências esmagadoras apresentadas pelo sistema de monitoramento global.

Além das mortes por desnutrição, os ataques israelenses continuam causando vítimas fatais em Gaza. Desde o amanhecer de terça-feira, pelo menos 78 palestinos foram mortos em ataques em todo o território, 42 apenas na Cidade de Gaza. Entre os mortos, 20 eram pessoas que buscavam ajuda humanitária nas regiões central e sul de Gaza.

Os esforços de auxílio enfrentam obstáculos significativos, com Israel impondo restrições à entrada de ajuda humanitária. Organizações humanitárias afirmam que é necessário o ingresso de pelo menos 600 caminhões de suprimentos diariamente para atender às necessidades básicas da população, mas atualmente não mais da metade desse número está sendo permitido.

Com informações de: Al Jazeera, UNICEF, BBC, World Health Organization (WHO), UN News. ■