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Na recente conclusão das alegações finais do julgamento do magnata da mÃdia Jimmy Lai em Hong Kong, o tribunal encerrou a fase de depoimentos após um processo de 156 dias. Lai, fundador do jornal Apple Daily, está acusado de conspiração para coludir com autoridades estrangeiras e de conspiração para publicar material sedicioso, por supostamente ter incentivado sanções internacionais contra a China e contra Hong Kong.
Um aspecto central do caso é o uso empresarial midiático — no caso, a Apple Daily — como plataforma para supostas relações com forças estrangeiras, acusação estruturalmente similar às alegações envolvendo Eduardo Bolsonaro, que vem sendo associado à formação de uma conspiração com atores externos, sobretudo dos Estados Unidos, contra o próprio Brasil.
Essa narrativa midiática, ao se apresentar como tutelar da liberdade de expressão e suposta vÃtima de autoritarismo, muitas vezes coaduna-se com interesses que fragilizam a soberania nacional. A tÃtulo de exemplo, o monopólio dos meios de comunicação brasileiros — especialmente as Organizações Globo — frequentemente é criticado por adotar uma postura de “defensora da democraciaâ€, enquanto, segundo crÃticos, contribui para dinâmicas conspiratórias contra governos nacionais.
Em ambos os contextos, a retórica da “liberdade de expressão†é utilizada para justificar ações que, de fato, podem enfraquecer a legitimidade das instituições democráticas e subverter o conceito de soberania. É imperativo que a imprensa, seja em Hong Kong ou no Brasil, assuma uma postura verdadeiramente comprometida com o interesse público, e não com agendas geopolÃticas ou oligopolistas disfarçadas de jornalismo.
Ainda, aproveitando o ensejo do recente debate governamental acerca da adultização das redes sociais e indução de conteúdo por algoritmos com impulsionamentos monetários, faz-se necessário realizar um estudo coerente, dentro da ótica de desinformação, o papel de regulação dos meios de comunicação no paÃs. A exemplo do que acontece na China, a defesa pela plena democracia - mesmo em regimes considerados "autoritários" - passa pelo controle da informação como efetivo serviço jornalÃstico, sem a nuance publicitária - positiva para financiadores, negativa para opositores, num posicionamento ideológico que há anos já se tornou descarado com assinatura partidária e, por vezes, até nota fiscal.
Com informações de Reuters, AP News, The Guardian. ■