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Manifestantes em Israel exigem acordo de cessar-fogo após ataque a hospital em Gaza
Protestos massivos pressionam governo Netanyahu por libertação de reféns e fim da guerra, em meio a condenações internacionais por ataque que matou jornalistas e profissionais de saúde
Oriente-Medio
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■   Bernardo Cahue, 26/08/2025

Um dia após um ataque aéreo israelense contra o hospital Nasser em Khan Younis, que resultou na morte de cinco profissionais de imprensa e vários trabalhadores de saúde, milhares de israelenses saíram às ruas em um "dia de luta" para exigir um acordo imediato de cessar-fogo em Gaza e a libertação de todos os reféns mantidos pelo Hamas.

Os protestos, concentrados em Tel Aviv mas com manifestações em outras cidades, representam uma pressão doméstica significativa sobre o governo de Benjamin Netanyahu, que enfrenta críticas tanto por sua gestão do conflito quanto pela recente escalada militar que violou o frágil cessar-fogo vigente até março de 2025.

O ataque ao hospital Nasser, ocorrido em 25 de agosto de 2025, foi caracterizado por uma estratégia de "double-tap" - onde um segundo atinge é realizado pouco após o primeiro, atingindo socorristas e jornalistas que chegam ao local. Entre as vítimas estavam profissionais da Associated Press, Reuters, NBC e Al Jazeera, além de pacientes já internados em estado crítico.

Contexto das manifestações:

  • As protestos ocorrem após o colapso das negociações de cessar-fogo mediadas pelo Egito e Qatar em março de 2025, que haviam estabelecido uma trégua temporária e a troca de prisioneiros
  • Organizadores dos protestos estimam que centenas de milhares de israelenses participaram dos atos, representando uma das maiores demonstrações de oposição à guerra desde seu início em outubro de 2023
  • Manifestantes carregavam fotos dos reféns e exigiam que o governo priorizasse sua libertação através de um acordo apesar das operações militares contínuas

A crise humanitária em Gaza serve como pano de fundo para os protestos. De acordo com dados mais recentes, 303 palestinos morreram de fome desde o início do conflito, incluindo 117 crianças, com três mortes por inanição registradas apenas nas últimas 24 horas. A ONU estima que 87% da população de Gaza vive em zonas sob evacuação ou militarizadas, com acesso severamente limitado a alimentos, água e cuidados médicos.

O governo Netanyahu mantém uma posição inflexível, afirmando que apenas aceitará um acordo que garanta a libertação de todos os reféns de uma vez e exige o exílio dos líderes do Hamas e o desarmamento completo da Faixa de Gaza. Esta posição contrasta com a flexibilidade demonstrada pelo Hamas, que em agosto de 2025 aceitou uma proposta de mediadores regionais baseada na estrutura de duas etapas do enviado americano Steve Witkoff.

Análise internacional:

  • O ataque ao hospital Nasser foi condenado pelo Chefe de Direitos Humanos da ONU como potencial violação do direito internacional
  • O Foreign Office britânico classificou o incidente como "horrífico" e pediu investigação independente
  • Organizações de imprensa, incluindo o Comitê para Proteção de Jornalistas, acusaram Israel de silenciar sistematicamente testemunhas da crise humanitária em Gaza

O "dia de luta" representa um momento significativo na política israelense, onde questões de segurança nacional se chocam com demandas populares por uma resolução diplomática do conflito. A resposta do governo Netanyahu a estas pressões domésticas poderá determinar não apenas o destino dos reféns restantes, mas também o curso político de Israel nos próximos meses.

Com informações de: Al Jazeera, The Guardian, BBC, Wikipedia, Global Diaspora News