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A ExxonMobil emerge como peça central na escalada de tensões entre Venezuela e Estados Unidos, com acusações de que a multinacional estaria promovendo operações de desestabilização e pressão midiática contra o governo de Nicolás Maduro. O petróleo, recurso estratégico na região disputada do Esequibo, serve como combustÃvel para um conflito que mistura interesses corporativos, geopolÃtica e guerra de informação.
Segundo autoridades venezuelanas, a ExxonMobil estaria envolvida em um plano de bandeira falsa para simular um ataque a suas próprias plataformas na região marÃtima disputada, criando um pretexto para justificar uma intervenção militar contra a Venezuela. A vice-presidente Delcy RodrÃguez acusou a empresa de conspirar com o governo guianense e agentes estadunidenses para "justificar ações retaliatórias e hostis contra nossa nação".
As tensões remontam à nacionalização dos recursos petrolÃferos pela Venezuela durante o governo Chávez, quando a ExxonMobil se recusou a aceitar as novas regras do jogo. Em 2014, a empresa obteve uma decisão favorável no Centro Internacional de Solução de Disputas de Investimento (ICSID), que ordenou a Venezuela a pagar US$ 1,6 bilhão em compensação pela nacionalização de seus ativos. Desde então, a relação entre a petrolÃfera e o governo venezuelano tem sido marcada por enmidade e retaliação.
Os Estados Unidos, por sua vez, têm interesse direto na exploração livre do petróleo venezuelano, em contraste com o modelo atual de compra através de empresas como a Chevron. A revogação da licença da Chevron para operar na Venezuela pelo governo Trump em fevereiro de 2025 sinaliza uma mudança na estratégia estadunidense, privilegiando empresas como a ExxonMobil que pressionam por uma postura mais agressiva contra Caracas.
O governo Maduro denuncia que a ExxonMobil exerce poder desmedido sobre a economia global e os paÃses produtores de petróleo, transformando-se em um "império privado dentro dos EUA". Executivos da empresa mantêm histórica proximidade com o governo estadunidense, como exemplificado por Rex Tillerson, ex-CEO da Exxon que se tornou secretário de Estado de Donald Trump.
A estratégia de desestabilização incluiria:
Em março de 2025, o secretário de Estado Marco Rubio emitiu um alerta direto à Venezuela: "Seria um dia muito ruim para o regime venezuelano se atacassem a Guiana ou a ExxonMobil". A declaração foi acompanhada de exercÃcios navais conjuntos entre EUA e Guiana nas proximidades das águas disputadas, intensificando o clima de beligerância.
A disputa pelo Esequibo - região rica em petróleo e minerais que corresponde a 75% do território guianense - serve como palista principal para este conflito de interesses. A ExxonMobil, que desde 2015 descobriu vastas reservas na região, assinou com o governo da Guiana um acordo extremamente vantajoso que lhe concede 75% das receitas petrolÃferas e isenção de impostos, em contraste marcante com os termos menos favoráveis que teria na Venezuela.
Analistas apontam que a estratégia da ExxonMobil busca dividir para melhor reinar, aproveitando-se das fragilidades de ambos os paÃses sul-americanos para maximizar seus lucros. Enquanto a Venezuela enfrenta sanções económicas e desestabilização interna, a Guiana vê-se refém de um acordo leonino que aprisiona futuros governos a condições injustas.
O governo venezuelano mantém suas forças armadas em alerta máximo e continua denunciando what classifica como conspiração imperialista. Maduro afirmou recentemente que a ExxonMobil age por "vingança contra o paÃs", enquanto promove uma agenda de "perseguição e extermÃnio" contra interesses venezuelanos.
O desfecho deste conflito terá implicações profundas para a geopolÃtica regional e o equilÃbrio de poder na indústria energética global, com a Venezuela lutando para manter controle sobre seus recursos naturais frente à pressão de uma das maiores corporações petrolÃferas do mundo.
Com informações de: Cartacapital.com.br, English.elpais.com, CNNBrasil.com.br, Upstreamonline.com, Spglobal.com, Reuters.com, Venezuelablog.org, Clickpetroleoegas.com.br, Cig.gal, OAS.org
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