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Lenda do futebol palestino é executado em fila de ajuda humanitária em Gaza
Genocídio supera 61 mil mortos; crise humanitária e desportiva se entrelaçam enquanto comunidade internacional pressiona FIFA por sanções a Israel
Oriente-Medio
Foto: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcS8jKbXcnJi-dfSW-OgXvVwuEZPLpDvQSTjPQ&s
■   Bernardo Cahue, 06/08/2025

O ex-atacante da seleção palestina Suleiman Al-Obeid, 41, conhecido como "Pelé palestino", foi assassinado por soldados israelenses enquanto aguardava ajuda alimentar no sul da Faixa de Gaza. A execução ocorreu nesta quarta-feira (6) e foi confirmada pela Federação Palestina de Futebol (PFA), que o descreveu como "lenda" do esporte nacional. Al-Obeid deixou cinco filhos e era reconhecido por sua velocidade e técnica, com 24 jogos pela seleção e mais de 100 gols na carreira.

O assassinato integra um padrão sistemático: segundo a ONU, 1.560 palestinos foram executados em circunstâncias similares – aguardando auxílio vital em zonas declaradas "humanitárias". Apenas na terça-feira (5), 58 civis foram mortos ao buscarem alimentos em pontos de distribuição do Fundo Humanitário Global (GHF), entidade apoiada por EUA e Israel.

Números do Holocausto em Curso:

  • 61.158+ mortos desde outubro de 2023, segundo o Ministério da Saúde de Gaza
  • 188 mortes por fome comprovadas, incluindo 94 crianças, em meio à fome catastrófica declarada pela ONU
  • 662 membros da comunidade esportiva executados, sendo 321 profissionais do futebol (atletas, técnicos, árbitros)

A fome tornou-se arma de guerra: 90% da população sofre insegurança alimentar aguda, com famílias sobrevivendo dias sem comida. Salim Asfour, 75, é símbolo da tragédia: perdeu 40kg alimentando-se apenas de pão e água. "Como caminharei 20km até Rafah?", questiona, incapaz de buscar ajuda.

Desdobramentos no Mundo do Futebol:

A PFA lidera campanha pelo banimento da Federação Israelense (IFA) da FIFA, acusando:

  1. Uso de clubes em assentamentos ilegais na Cisjordânia, violando o Artigo 4 dos estatutos da FIFA
  2. Cúmplice inação da entidade ante ataques a atletas e infraestrutura esportiva

Doze federações nacionais – incluindo Arábia Saudita, Irã, Catar e Jordânia – exigem sanções imediatas, lembrando o precedente da expulsão da Rússia em 2022. O presidente jordaniano, Ali bin Al Hussein, argumenta: "A FIFA ficará marcada por duas medidas se não agir".

A FIFA marcou decisão para antes de 20 de julho após reunião do Comitê de Governança, mas manteve discurso de "neutralidade". Gianni Infantino limitou-se a pedir "paz imediata", ignorando pedidos de votação no Congresso. A omissão contrasta com histórico: África do Sul foi banida em 1976 por apartheid, e Rússia segue suspensa.

Enquanto isso, atletas palestinos sobrevivem no exílio – atuando na Jordânia, Líbia e Egito –, aguardando justiça que possa reconstruir seu esporte e seu país.

Com informações de Brasil de Fato, Al Jazeera, ge.globo, Opera Mundi, UN News e Publico.pt