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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nomeou no domingo (21) o governador da Louisiana, Jeff Landry, como seu enviado especial para a Groenlândia. Em suas declarações, Landry assumiu publicamente o objetivo de "fazer da Groenlândia parte dos EUA". A nomeação representa a mais recente e concreta ação de Trump para adquirir o território autônomo dinamarquês, um desejo que ele manifesta desde seu primeiro mandato.
A reação internacional foi rápida e negativa. O ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Løkke Rasmussen, declarou-se "profundamente incomodado" e convocou o embaixador dos EUA em Copenhague para explicações. A União Europeia emitiu nota defendendo a soberania territorial da Groenlândia e do Reino da Dinamarca.
A proposta de anexação é amplamente rejeitada pela população e pelas autoridades da Groenlândia. O primeiro-ministro groenlandês, Jens-Frederik Nielsen, exigiu respeito à integridade territorial e afirmou que a ilha decidirá seu próprio futuro. Uma parlamentar local deixou claro que "não há qualquer desejo disso na Groenlândia".
Este episódio ocorre em um momento político delicado para o território, que busca maior autonomia:
O interesse dos Estados Unidos pela Groenlândia não é novo e se baseia em dois pilares principais: segurança nacional e recursos naturais.
Do ponto de vista militar, a localização da ilha no Ártico é considerada vital. Trump argumenta que ela serve como plataforma estratégica para monitorar a Rússia e a China, além de proteger rotas de navegação. Os EUA mantêm a Base Espacial de Pituffik (antiga Base Aérea de Thule) no noroeste da ilha desde a Guerra Fria, sob um acordo de defesa com a Dinamarca de 1951.
Economicamente, a Groenlândia abriga vastos recursos inexplorados, considerados essenciais para a transição energética e a indústria de alta tecnologia:
Esta é a mais recente de uma série de tentativas históricas de aquisição:
Diferente de abordagens anteriores, a retórica do segundo mandato de Trump tem sido mais assertiva. Em janeiro de 2025, ele não descartou o uso de "força" econômica ou militar para tomar o controle da Groenlândia (e do Canal do Panamá). Seu vice-presidente, J.D. Vance, também visitou a base militar americana na ilha em março, em uma visita considerada desrespeitosa pelas autoridades locais.
Analistas consideram a hipótese de uma anexação forçada improvável, dada a aliança entre Dinamarca e EUA na OTAN e as ramificações legais internacionais. O caminho teórico para uma mudança de soberania passaria pela independência groenlandesa, seguida de uma decisão de associação com os EUA. No entanto, o sentimento popular atual torna este cenário remoto. A nomeação de Landry, portanto, parece ser mais um movimento de pressão diplomática para reforçar a influência americana no Ártico do que um plano concreto de anexação iminente.
Com informações de: G1, CNN Portugal, UOL, BBC, Agência Brasil, The Hill, Wikipedia (versões em inglês e português)