Siga nossas redes sociais
Logo     
Siga nossos canais
   
EUA negam visto a conselheiro eleitoral hondurenho e revogam visto de outro oficial
Medida é baseada na Seção 212(a)(3)(C) da Lei de Imigração e Nacionalidade, que barra entrada de quem possa afetar política externa dos EUA
America do Norte
Foto: https://s2-g1.glbimg.com/YSKM2Nd7sH8tDHfuO0kled6ApVw=/5500x0/filters:format(jpeg)/https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/j/t/JkBGIETKSmzrVQeDS6pQ/2025-12-05t025231z-299977475-rc2w9ial07kj-rtrmadp-3-honduras-election.jpg
■   Bernardo Cahue, 20/12/2025

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou na última sexta-feira que o Departamento de Estado recusou o pedido de visto de Marlon Ochoa, membro do Conselho Nacional Eleitoral de Honduras, e revogou o visto de Mario Morazán, chefe do tribunal eleitoral do país.

A justificativa oficial, conforme comunicado do Departamento de Estado, é que as ações desses oficiais "prejudicam a democracia em Honduras ao impedir a contagem de votos". A medida foi tomada com base em duas seções da Lei de Imigração e Nacionalidade (INA):

  • A revogação do visto de Morazán foi feita pela Seção 221(i) da INA.
  • A recusa do visto de Ochoa e as restrições a outro indivíduo foram aplicadas sob a Seção 212(a)(3)(C) da mesma lei. Essa seção proíbe a entrada nos EUA de pessoas cujas atividades possam ter consequências adversas graves para a política externa norte-americana.

O anúncio ocorre em um contexto de grande tensão política em Honduras. A eleição presidencial foi realizada em 30 de novembro, mas quase três semanas depois ainda não há um resultado oficial definido. O processo eleitoral tem sido marcado por:

  • Uma contagem de votos caótica e lenta.
  • Alegações generalizadas de fraude.
  • Pressão e acusações de interferência externa, principalmente dos Estados Unidos.

Diante das suspeitas, o Conselho Nacional Eleitoral iniciou na quinta-feira uma contagem manual de cerca de 15% dos votos, uma demanda que havia sido feita pelo Departamento de Estado dos EUA na véspera. Esse resultado parcial tem o potencial de alterar o cenário eleitoral, onde o candidato conservador Nasry Asfura lidera por uma estreita margem de 43 mil votos sobre o centrista Salvador Nasralla.

A postura dos EUA sobre a eleição tem sido clara. O presidente Donald Trump apoiou publicamente Asfura e chegou a sugerir que o apoio de Washington a Honduras estaria condicionado à vitória dele. No comunicado sobre os vistos, o Departamento de Estado foi enfático: "Os Estados Unidos não tolerarão ações que minem nossa segurança nacional e a estabilidade da região" e afirmou que considerará todas as medidas apropriadas para coibir a obstrução da contagem de votos.

O Conselho Nacional Eleitoral de Honduras tem até 30 de dezembro para declarar o vencedor da eleição. O novo presidente deve assumir o cargo no final de janeiro de 2026 para um mandato de quatro anos.

Com informações de: Reuters, U.S. Department of State (state.gov), Anadolu Agency (AA.com.tr), Terra ■