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Em uma mudança significativa de posicionamento, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky admitiu pela primeira vez a possibilidade de um referendo popular para decidir sobre a cessão de territórios à Rússia. A declaração, feita nesta quinta-feira (11), marca uma evolução na postura do líder, que até o início da semana rejeitava publicamente qualquer concessão territorial e afirmava que o país não tinha direito legal ou moral de fazê-la. A abertura ocorre sob intensa pressão diplomática dos Estados Unidos, que buscam um acordo para encerrar a guerra, e após Zelensky entregar uma nova proposta de paz com 20 pontos à administração do presidente Donald Trump.
Ao responder a perguntas de jornalistas, Zelensky afirmou que "o povo da Ucrânia responderá a essa pergunta" sobre o território, seja por eleições ou referendo. Ele justificou a nova abordagem, afirmando que os ucranianos "devem ter voz" na decisão sobre a possível cessão de terras – uma das principais exigências do Kremlin para encerrar o conflito.
Esta fala contrasta diretamente com as declarações firmes que Zelensky fez em 8 e 9 de dezembro, quando, durante uma série de reuniões com líderes europeus em Londres, declarou que a Ucrânia não cederia terras e que não tinha "direito legal ou moral" para fazê-lo. A mudança reflete a crescente pressão para aceitar um plano de paz mediado pelos EUA.
Zelensky confirmou ter enviado aos Estados Unidos uma versão revisada de um plano de paz, elaborada após consultas com aliados europeus. Segundo os relatos, o documento contém:
A administração Trump tem pressionado por uma resolução rápida do conflito. Zelensky mencionou que os EUA gostariam de ter "uma compreensão completa" da situação até o Natal, embora tenha negado a existência de um prazo rígido para concessões. O chanceler alemão, Friedrich Merz, que participou das reuniões em Londres, confirmou que a nova proposta ucraniana inclui menções a concessões territoriais, mas ressaltou que a decisão final cabe ao povo e ao presidente da Ucrânia.
Enquanto isso, a guerra continua no terreno. Na mesma semana das declarações, a Rússia lançou novos ataques com drones e mísseis contra infraestrutura energética ucraniana, causando blecautes de emergência. O cenário de conflito ativo levanta questões práticas sobre a viabilidade de realizar um pleito popular.
A realização de qualquer referendo ou eleição enfrenta enormes barreiras legais e de segurança:
O presidente ucraniano demonstrou desconforto com as negociações paralelas entre Washington e Moscou, questionando publicamente "quais são os acordos separados entre os EUA e a Rússia" e afirmando que "todos os segredos serão revelados" com o tempo.
Com informações de: G1, UOL, Folha de S.Paulo, DN Portugal, ABC News, The Washington Post, Le Monde, CNN Brasil, Politico, The Moscow Times ■