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Em meio a sinais de que negociadores americanos conseguiram extrair concessões dolorosas da Ucrânia, o maior desafio da atual diplomacia itinerante dos Estados Unidos será, nos próximos dias, convencer a Rússia a aceitá-las. O enviado especial Steve Witkoff viaja a Moscou para se reunir com o presidente Vladimir Putin, após uma rodada de negociações intensas com uma delegação ucraniana em um clube exclusivo no sul da Flórida .
O cenário atual é de cauteloso otimismo, mas permeado por enormes incertezas. Enquanto o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou acreditar na viabilidade de um acordo "nos próximos dias" , o Kremlin se mantém publicamente irredutível em suas demandas máximas e afirma ainda não ter recebido oficialmente o plano revisado .
A reunião de domingo (30) no Shell Bay, clube privado do Grupo Witkoff, foi descrita por participantes como "dura, mas muito construtiva" e um "passo adiante" . O secretário de Estado Marco Rubio e o enviado Witkoff lideraram a delegação americana, que também incluiu Jared Kushner, genro do presidente Donald Trump. Do lado ucraniano, as discussões foram chefiadas por Rustem Umerov, secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional .
Um gesto diplomático sutil marcou o encontro: o cardápio incluiu borsch ucraniano e holubtsi (rolinhos de repolho), pratos tradicionais do país, servidos enquanto as partes debatiam um dos tópicos mais espinhosos: a definição da futura fronteira no leste do país . Fontes relatam que, após uma hora em formato amplo, a discussão se concentrou por horas em um grupo restrito de três pessoas de cada lado, tendo a linha de controle territorial como tema quase exclusivo .
O plano de paz original americano, um documento de 28 pontos vazado anteriormente, era amplamente visto como excessivamente favorável à Rússia e continha exigências inaceitáveis para Kiev e seus aliados europeus . Duas dessas demandas permanecem no centro das discussões:
Como resultado das pressões ucranianas e europeias, o plano original de 28 pontos foi revisado e reduzido para 19 pontos, com alterações em tópicos como o tamanho das Forças Armadas ucranianas e o uso de ativos russos congelados .
Zelensky navega em um mar de crises que enfraquecem sua posição na mesa de negociações:
A viagem de Steve Witkoff a Moscou representa o momento da verdade. Até agora, o Kremlin manteve uma postura pública de intransigência:
Analistas apontam que, para Putin, o controle territorial no Donbas é secundário em relação ao seu objetivo primordial: impedir a integração da Ucrânia ao Ocidente e manter o país em sua esfera de influência . Qualquer acordo que não contemple essa ambição estratégica pode ser apenas uma trégua temporária.
Embora o presidente Trump tenha declarado que há uma "boa chance de fechar um acordo" , o caminho à frente permanece longo e incerto. A diplomacia americana conseguiu, com dificuldade, alinhar posições com a Ucrânia, mas agora enfrenta seu teste mais difícil: um Kremlin que, até o momento, não deu qualquer sinal público de abrandar suas demandas maximalistas . O sucesso ou fracasso desta iniciativa de paz será determinado não em Miami ou Kiev, mas nas salas do Kremlin.
Com informações de: CNN en Español, CNN Brasil, CNN, CNBC, Wikipedia, O Globo, Carnegie Endowment for International Peace, El País, DN Portugal, Axios■