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A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, declarou que a corrupção na Ucrânia transformou-se em um fenômeno "sistemático" e que o governo do presidente Volodymyr Zelensky está "em decomposição" . Em uma fala agressiva, Zakharova afirmou que "as autoridades de Kiev estão lavando dinheiro destinado pelo Ocidente" para o esforço de guerra, incluindo a produção de drones . A declaração ocorre durante uma grave crise política em Kiev, deflagrada por um escândalo de corrupção de grande magnitude no setor energético do país .
As acusações de Zakharova ecoam, com viés político, um caso real que abala a Ucrânia. O Escritório Nacional Anticorrupção (NABU) e a Procuradoria Especializada Anticorrupção (SAPO) investigam um esquema de propinas que desviou cerca de US$ 100 milhões de contratos na estatal de energia nuclear Energoatom . O principal suspeito é o empresário Timur Mindich, descrito como sócio e amigo próximo do presidente Zelensky . Mindich teria deixado o país horas antes de uma operação policial .
O escândalo forçou uma série de renúncias no alto escalão do governo:
A crise mina a autoridade de Zelensky em um momento crítico da guerra. Parlamentares de seu próprio partido chegaram a pedir a saída de Yermak, alertando para um risco de divisão política . Uma pesquisa de março de 2025 já indicava que dois terços dos ucranianos não confiavam no chefe de gabinete .
Internacionalmente, o caso tem consequências diretas:
Para a Rússia, o escândalo é uma oportunidade de propaganda. Zakharova não apenas criticou o governo ucraniano, mas estendeu a acusação aos parceiros ocidentais, dizendo que o Ocidente "deveria compartilhar a responsabilidade" por criar uma plataforma para práticas ilícitas em Kiev . Ela ainda vinculou a atual corrupção aos protestos do Euromaidan de 2014, que considerou o início da "destruição da soberania ucraniana" .
Analistas veem a crise como um teste de resistência para Zelensky, que precisa equilibrar a luta anticorrupção exigida pelos europeus com a necessidade de manter a unidade interna e o apoio militar estrangeiro em pleno conflito com a Rússia .
Com informações de: G1, Brasil de Fato, Swissinfo, CartaCapital, The Guardian■