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Um ex-agente de alto escalão da Agência de Controle de Drogas dos Estados Unidos (DEA) e um associado foram acusados de conspirar para lavar milhões de dólares em lucros do narcotráfico e obter armas de fogo e explosivos de grau militar para o Cártel Jalisco Nova Geração (CJNG). O esquema foi descoberto por meio de uma operação secreta do governo norte-americano.
Os acusados são Paul Campo, de 61 anos, e Robert Sensi, de 75 anos. Campo era uma figura experiente na DEA: sua carreira de 25 anos na agência começou como agente especial em Nova York e culminou no cargo de subchefe de Operações Financeiras, uma posição de alta responsabilidade. Ele se aposentou em 2016. Sensi é descrito como um associado de Campo.
Eles enfrentam uma acusação formal com quatro crimes de conspiração: narcoterrorismo, terrorismo, distribuição de narcóticos e lavagem de dinheiro. Em sua primeira audiência, um juiz federal em Manhattan determinou a prisão preventiva sem direito a fiança para ambos.
Por aproximadamente um ano, Campo e Sensi negociaram com uma fonte confidencial da aplicação da lei que se passava por membro do CJNG. Eles acreditavam estar trabalhando para o cartel, mas na realidade toda a operação era monitorada pelas autoridades.
De acordo com a acusação, os homens concordaram em:
Além do lado financeiro, os dois também discutiram a aquisição de um arsenal pesado para o cartel, incluindo:
Durante as conversas, Campo ostentou sua experiência prévia na polícia e se ofereceu para atuar como um "estrategista" para a organização criminosa.
O procurador federal Jay Clayton afirmou que Campo "traiu sua carreira na DEA" ao ajudar um cartel responsável por "incontáveis mortes por violência e tráfico de drogas". O administrador da DEA, Terrance Cole, emitiu um comunicado reconhecendo que as acusações, mesmo contra um ex-funcionário, "desonram os atuais agentes da lei e minam a confiança pública na polícia".
Os advogados de defesa entraram com pedidos de não culpado e contestaram a acusação. O advogado de Campo, Mark Gombiner, a qualificou como um "documento algo sensacionalista e algo incoerente". Ele contestou especificamente a alegação de que os homens haviam acordado em obter armas, sugerindo que era uma desculpa pela falta de evidências concretas. A defesa de Sensi argumentou que ele não apresentava risco de fuga devido a sérios problemas de saúde.
Este caso não é um incidente isolado. A DEA tem enfrentado nos últimos anos vários escândalos de má conduta em suas fileiras.
Em resposta a estes problemas, a partir de 2021 a DEA implementou novos controles sobre o uso de seus fundos em operações secretas de lavagem de dinheiro e endureceu as punições por má conduta.
O caso expõe uma séria vulnerabilidade: a possibilidade de que agentes experientes usem seu conhecimento especializado para auxiliar as organizações que deveriam combater. O fato de Campo ter oferecido seus serviços como estrategista levanta preocupações sobre o potencial vazamento de táticas e informações sensíveis.
A evidência contra os acusados inclui horas de gravações de conversas com o informante, dados de localização de celulares, e-mails e imagens de vigilância. A próxima audiência no tribunal federal de Manhattan está marcada para 19 de dezembro. Enquanto isso, Campo e Sensi permanecem detidos, e seus advogados preparam a defesa para um caso que promete prolongar-se e chamar a atenção para as falhas de supervisão dentro de uma das principais agências de combate às drogas do mundo.
Com informações de: Times Union, WRAL, AP News, U.S. Department of Justice, Sun-Sentinel
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