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Os primeiros resultados preliminares das eleições presidenciais de Honduras, divulgados na noite de domingo (30/11), foram imediatamente rejeitados pelo partido governante Libre, que denunciou um suposto ataque cibernético para manipular a votação. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) informou que, com 34,25% das atas escrutadas, o candidato de direita Nasry "Tito" Asfura (Partido Nacional) liderava com 530.073 votos, seguido de perto pelo centrista Salvador Nasralla (Partido Liberal), com 506.316 votos. A candidata do governante partido Libre, Rixi Moncada, aparecia em terceiro, com 255.972 votos.
A candidata Moncada e a atual presidente, Xiomara Castro, já haviam alertado nos dias anteriores sobre um plano de sabotagem contra o Sistema de Transmissão de Resultados Eleitorais Preliminares (TREP). Em suas redes sociais, Moncada pediu à população que se mantivesse "em pé de luta até obter os resultados finais com 100% das atas", recusando-se a reconhecer os dados iniciais.
As acusações do partido Libre baseiam-se em uma série de gravações de áudio que vazaram nas últimas semanas. Segundo reportagens, os áudios revelam conversas entre membros dos partidos de oposição (Nacional e Liberal) e uma conselheira eleitoral, detalhando um suposto plano para:
O Partido Nacional negou as acusações, classificando os áudios como falsificações geradas por inteligência artificial. Em resposta às denúncias, o partido Libre organizou uma contagem paralela de votos baseada nas folhas físicas de apuração como forma de contrapor os dados oficiais.
A eleição ocorre em um clima de extrema desconfiança e polarização. Além das acusações de fraude, o processo foi marcado pela interferência direta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que publicamente endossou a candidatura de Nasry Asfura.
O pleito definiu não apenas o sucessor da presidente Xiomara Castro – impedida de uma reeleição consecutiva – mas também os 128 deputados do Congresso Nacional e centenas de cargos municipais. O próximo governo herdará um país com desafios profundos: cerca de 60% da população vive na pobreza, a violência das gangues permanece alta apesar de um estado de exceção vigente, e a economia depende criticamente das remessas de imigrantes.
A apuração total dos votos é um processo manual e lento, e o resultado oficial pode levar dias para ser conhecido. Enquanto isso, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e outras entidades internacionais acompanham o processo, tendo expressado preocupação com a integridade da votação. O subsecretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, advertiu que seu país agiria "de forma rápida e decisiva contra qualquer um que minar a integridade do processo democrático em Honduras".
Com os candidatos principais estatisticamente empatados nas pesquisas e a confiança no sistema eleitoral abalada, Honduras aguarda os resultados finais em meio ao temor de que as acusações possam desencadear um período prolongado de instabilidade política.
Com informações de Al Jazeera, AS/COA, OperaMundi UOL, BBC News Mundo, teleSUR, Brasil 247, Tico Times ■