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Em um pronunciamento realizado nas vésperas das eleições gerais que ocorrem neste domingo, 30 de novembro, a presidenta de Honduras, Xiomara Castro, fez uma defesa veemente da soberania nacional. Através de sua conta oficial na rede social X, a mandatária afirmou que sua responsabilidade é garantir que o processo eleitoral transcorra com "tranquilidad, transparência e respeito absoluto à vontade popular". A declaração foi uma resposta direta às recentes intervenções do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no pleito hondurenho.
O contexto da fala da presidenta é marcado por uma grave ingerência internacional. Em uma série de mensagens na rede Truth Social, Donald Trump expressou apoio aberto ao candidato do Partido Nacional, Nasry "Tito" Asfura. Ele chegou a afirmar que, se Asfura vencer, Washington ofereceria "grande apoio", mas que, caso contrário, os EUA limitariam a cooperação bilateral e a assistência ao país, em uma clara tentativa de influenciar o voto.
Mais do que isso, Trump anunciou sua intenção de conceder um "indulto total e completo" ao ex-presidente hondurenho Juan Orlando Hernández, do mesmo partido de Asfura, que foi condenado a 45 anos de prisão por narcotráfico nos Estados Unidos. O anúncio gerou ampla rejeição em Honduras, sendo classificado pelo vice-chanceler de Política Externa, Gerardo Torres, como um "ato de chantagem" e uma "intromissão total" nos assuntos internos do país.
Em sua mensagem, Xiomara Castro evocou a história de resistência do povo hondurenho, lembrando os "12 anos e 7 meses de resistência contra o golpismo", uma referência ao golpe de Estado de 2009 que depôs seu esposo, Manuel Zelaya, e aos governos que se seguiram. Ela enfatizou que "Honduras deixou claro que nossa soberanía não se vende nem se negocia". A presidenta também buscou destacar os avanços de sua gestão, afirmando que o país registra os melhores indicadores macroeconômicos reconhecidos por organismos internacionais, com reduções na pobreza e na taxa de homicídios "como não se via em décadas".
Este não é o primeiro momento de tensão nas relações com os EUA. Em setembro, Castro denunciou um attempted golpe de Estado em andamento, que estaria vinculado à sua decisão de cancelar o tratado de extradição com os Estados Unidos. Na ocasião, ela alegou que o tratado estava sendo usado para atacar militares leais e facilitar a desestabilização, enquanto a oposição acusava o governo de querer proteger aliados e familiares de investigações.
Neste domingo, mais de seis milhões de hondurenhos estão convocados a votar não apenas para o novo presidente, mas também para três designados presidenciais, 298 prefeitos, 128 deputados do Congresso Nacional e 20 representantes no Parlamento Centroamericano. O resultado será um termômetro crucial para o futuro político do país e para a continuação ou não do projeto de "refundação" impulsionado pelo governo atual.
Com informações de: spanish.news.cn, Infobae, Swissinfo, CELAG, Facebook, Proceso ■