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A Rússia emitiu um novo alerta contundente à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), acusando a aliança militar de estar diretamente envolvida na guerra contra Moscou por meio de seu apoio à Ucrânia. A declaração ocorre em um momento de crescente tensão, marcado por advertências de um alto comandante militar alemão sobre a capacidade russa para um ataque limitado contra território da aliança a qualquer momento.
Em pronunciamento recente, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, foi categórico ao afirmar que "a OTAN está de fato envolvida nesta guerra". "A OTAN está fornecendo apoio direto e indireto ao regime de Kiev. Pode-se afirmar com absoluta certeza que a OTAN está lutando contra a Rússia", declarou Peskov a repórteres. O governo russo tem mantido consistentemente sua posição de que a possível adesão da Ucrânia à aliança atlântica é uma "linha vermelha" inaceitável para sua segurança nacional.
Do outro lado, a resposta da OTAN tem sido de firmeza. O secretário-geral da aliança, Mark Rutte, assegurou que a organização tem "tudo pronto para assegurar que se vai defender" contra quaisquer violações intencionais por parte da Rússia. Rutte enfatizou que "a NATO é muito mais forte do que a Rússia", numa clara mensagem de dissuasão.
Enquanto as trocas diplomáticas se intensificam, um alerta militar grave ecoou da Alemanha. O tenente-general Alexander Sollfrank, chefe do comando de operações conjuntas das forças armadas alemãs, advertiu que a Rússia possui capacidade para lançar um ataque de pequena escala contra a OTAN imediatamente.
"Se olharmos as atuais capacidades e o poder de combate, a Rússia pode desencadear um ataque de pequena escala contra a NATO tão cedo como amanhã", afirmou o general em entrevista à agência Reuters. Sollfrank descreveu um eventual ataque como "pequeno, rápido, limitado regionalmente, nada grande", ponderando que a Rússia continua "muito amarrada na Ucrânia para isso".
Segundo a análise do oficial, três fatores principais influenciariam uma decisão de Moscovo de atacar: a força militar russa, um acompanhamento militar robusto e a liderança política. "Estes três fatores levaram-me a concluir que um ataque russo é possível. Se vai acontecer ou não depende em grande parte do nosso próprio comportamento", avaliou.
O general Sollfrank também subscreve as avaliações da OTAN que indicam que a Rússia poderá estar em condições de montar um ataque em larga escala contra a aliança até 2029, caso mantenha seu atual ritmo de rearmamento e produção de armamento. Apesar das perdas significativas na guerra contra a Ucrânia, o poderio militar russo mantém aspectos intactos e preocupantes:
Além do confronto convencional, as táticas de guerra não-linear ou híbrida empregadas pela Rússia têm sido um elemento central de tensão. O general Sollfrank explicou que incursões com drones e outras provocações fazem parte de uma doutrina militar russa que antecede o uso de armas convencionais.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ecoou essa preocupação, alertando que as violações do espaço aéreo europeu por drones russos são "testes da integridade da Europa". "Qualquer resposta intelectual - precisamente o tipo que a Europa encontra - é lida como fraqueza pela Rússia", escreveu Zelensky em uma rede social.
Enquanto isso, no campo de batalha ucraniano, as forças russas continuam pressionando, com relatos de "batalhas exaustivas" nos fronts de Zaporizhia e Donetsk. A Ucrânia, por sua vez, tem respondido com ataques profundos contra infraestrutura energética e de refino na Rússia, buscando dificultar o esforço de guerra inimigo.
O cenário que se desenha é de uma paz armada, onde a OTAN, sem ter disparado um tiro diretamente, conseguiu até agora conter o avanço convencional russo em direção ao Ocidente, mas se vê forçada a um contínuo e urgente fortalecimento diante de um adversário que não demonstra intenções de recuar em suas ambições.
Com informações de CNN Brasil, CNN Portugal, Observador, RR, NewsWeek, Al Jazeera, Expresso, CEBRI - Centro Brasileiro de Relações Internacionais e Forte.jor■