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Um ataque com drones a um dos principais portos de exportação de petróleo da Rússia, localizado no Mar Negro, interrompeu substancialmente o fornecimento global de crude, provocando um aumento imediato nos preços internacionais. A ofensiva, atribuída à Ucrânia, visa enfraquecer a capacidade de financiamento de guerra de Moscou.
Segundo relatos de pessoas familiarizadas com o assunto, o porto de Novorossiysk – o maior da Rússia para exportação de petróleo – teve suas operações interrompidas. Esta instalação é responsável pela movimentação de aproximadamente 2,2 milhões de barris de petróleo por dia, o que corresponde a cerca de 2% de todo o fornecimento global. A paralisação ocorreu após o governo local confirmar ter sido alvo de drones. Em resposta a estes temores sobre o fornecimento, o preço do petróleo no mercado internacional registrou um aumento superior a 2%.
Este é considerado um dos maiores ataques à infraestrutura de exportação de petróleo russa nos últimos meses. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, comentou sobre a operação, afirmando que os ataques noturnos com mísseis de cruzeiro de longo alcance contra alvos na Rússia estão se tornando "cada vez mais bem-sucedidos".
As consequências do ataque foram significativas. Autoridades russas relataram que, além da suspensão das exportações de petróleo, o ataque:
O governador da região de Krasnodar, Veniamin Kondratyev, declarou em suas redes sociais que "Novorossiysk foi a mais afetada" e que mais de 170 pessoas e 50 equipamentos foram mobilizados para os trabalhos de contenção. A empresa de logística Delo informou que fragmentos de drones caíram em um terminal de contêineres, mas que as operações no local continuaram normalmente.
Este ataque insere-se em uma campanha mais ampla da Ucrânia, que intensificou seus esforços a partir de agosto para atingir refinarias, portos e oleodutos russos. O objetivo declarado é privar o Kremlin da receita petrolífera que sustenta seu esforço de guerra. Dados de um centro de estudos de código aberto indicam que, desde o início de agosto, a Ucrânia já realizou pelo menos 58 ataques a infraestruturas energéticas russas críticas, com drones penetrando até 2.000 km no território russo.
Apesar da intensificação dos ataques, o setor de refino russo tem demonstrado uma resiliência notável. Dados e informações do setor mostram que, de janeiro a outubro, o processamento de petróleo na Rússia caiu apenas 3% em comparação com o ano anterior. Esta capacidade de resistir deve-se, em parte, à utilização de capacidade ociosa existente nas refinarias e aos esforços de reparação rápida dos equipamentos danificados. No entanto, estes reparos são custosos, e a capacidade de manter essa resiliência no longo prazo, caso os ataques persistam, permanece uma incógnita.
O ataque a Novorossiysk ocorre em um momento de crescente pressão sobre as exportações de energia russas devido a sanções ocidentais. Análises de mercado indicam que as últimas sanções dos EUA ao setor de energia da Rússia estão começando a afetar as cadeias de exportação, fazendo com que alguns compradores, especialmente na Ásia, reavaliem os riscos de adquirir crude russo.
Um exemplo disso é a Índia, onde cinco das principais refinadoras ainda não fizeram pedidos de crude russo para dezembro. Paralelamente, a China, outro grande comprador, ajustou suas importações, reduzindo em cerca de um terço as compras de petróleo russo na primeira quinzena de novembro, direcionando parte desses volumes para fornecedores como a Arábia Saudita, que recentemente baixou os preços para o mercado asiático.
Especialistas ponderam, no entanto, que a Rússia já demonstrou repetidamente nos últimos três anos sua capacidade de contornar sanções e manter os canais de exportação, utilizando uma "frota fantasma" e métodos alternativos de comércio e pagamento. O verdadeiro impacto duradouro no fornecimento global e nos preços dependerá, em última análise, da capacidade contínua da Rússia de lidar com esses desafios logísticos e militares combinados.
Com informações de: Fastbull, Sina, 163, Gold.cnfol, China Briefing News. ■