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Rússia adota novas táticas de mísseis e renova ameaças nucleares
Enquanto líderes mundiais buscam um caminho para a paz, o campo de batalha e o cenário estratégico evoluem com novas tecnologias e táticas que aprofundam a complexidade do conflito
Leste Europeu
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■   Bernardo Cahue, 02/11/2025

Em meio a conversas telefônicas entre os presidentes dos Estados Unidos, Rússia e Ucrânia, especialistas em defesa relatam que as forças russas estão testando e implementando novas táticas de ataque com mísseis e drones. O objetivo é sobrecarregar e confundir as defesas aéreas ucranianas, que enfrentam desafios com a escassez de sistemas modernos de interceptação.

Uma das mudanças notáveis é o uso de pacotes de ataque coordenados. As investidas recentes começam com o lançamento de drones Shahed, seguidos por mísseis de cruzeiro e balísticos contra um único alvo, uma tática que visa saturar as defesas e garantir que pelo menos alguns projéteis atinjam seus objetivos. Além disso, os russos estariam reduzindo o uso de mísseis como o Kh-101, lançado por bombardeiros estratégicos, e priorizando o emprego de novos mísseis, como o Kh-59 e o Kh-69, disparados por caças táticos Sukhoi. Esse ajuste é, em parte, uma adaptação à chegada dos caças F-16 à Ucrânia, buscando operar a partir de áreas onde essas aeronaves não atuam.

Paralelamente ao conflito convencional, o presidente Vladimir Putin reacendeu os temores de uma escalada nuclear ao anunciar o teste bem-sucedido do Poseidon, um torpedo nuclear apelidado de "Torpedo do Juízo Final". Esta arma, movida por um reator nuclear, tem uma autonomia de até 10 mil quilômetros e é projetada para carregar uma ogiva nuclear de até dois megatons. Seu potencial destrutivo é estimado em 133 vezes o da bomba de Hiroshima. A característica mais alarmante do Poseidon é sua capacidade teórica de gerar um "tsunami radioativo" ao ser detonado perto do litoral, tornando cidades costeiras inabitáveis e representando um desafio quase intangível para os sistemas de defesa atuais.

Enquanto isso, a diplomacia continua em movimento. O presidente dos EUA, Donald Trump, manteve ligações separadas com Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky. O Kremlin reiterou sua posição maximalista, rejeitando publicamente a proposta de Zelensky de usar territórios russos na Oblast de Kursk como moeda de troca pela devolução de terras ucranianas ocupadas. Serviços de inteligência ocidentais, como o da Dinamarca, alertam que uma paz favorável à Rússia na Ucrânia poderia libertar recursos para que Moscou ameace um conflito em larga escala com a OTAN em um futuro não muito distante.

A Rússia também tem sido acusada de intensificar sua guerra híbrida contra a Europa. Países do flanco leste da OTAN, como Estônia, Letônia e Lituânia, e até nações como Bélgica e Alemanha, reportam violações de seu espaço aéreo por drones não identificados e balões meteorológicos. Analistas interpretam essas provocações como uma tentativa do Kremlin de “semear o medo”, testar as defesas da Aliança e tentar minar o apoio europeu à Ucrânia, forçando as capitais a priorizarem sua própria defesa.

Com informações de: Understanding War, Observador, O Antagonista. ■