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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou neste sábado (1º) enviar tropas para a Nigéria caso o governo do país continue, segundo ele, "permitindo a matança de cristãos" por terroristas islâmicos. Em uma publicação na rede social Truth Social, Trump disse que ordenou ao Departamento de Defesa que se preparasse para uma possível ação militar.
Em sua mensagem, o mandatário republicano foi contundente: "Se o governo nigeriano continuar permitindo o assassinato de cristãos, os EUA suspenderão imediatamente toda a ajuda e assistência à Nigéria, e podem muito bem ir para aquele país agora desonrado, 'com armas em punho'". Ele completou afirmando que, se houver um ataque, "será rápido, feroz e doce, assim como os bandidos terroristas atacam nossos queridos cristãos!".
A ameaça de intervenção militar ocorre após um anúncio feito por Trump na sexta-feira (31), designando a Nigéria como um "país de particular preocupação" em matéria de liberdade religiosa. Essa lista inclui outras nações como China, Coreia do Norte e Rússia.
O governo nigeriano respondeu de forma rápida, rejeitando as acusações. Em uma declaração nas redes sociais, o presidente Bola Ahmed Tinubu afirmou que a caracterização do país como religiosamente intolerante não reflete a realidade.
"A liberdade religiosa e a tolerância têm sido um princípio fundamental da nossa identidade coletiva e sempre permanecerão assim", disse Tinubu. "A Nigéria se opõe à perseguição religiosa e não a incentiva. A Nigéria é um país com garantias constitucionais para proteger cidadãos de todas as crenças".
O Ministério das Relações Exteriores do país, por meio de seu porta-voz Kimiebi Ebienfa, reiterou o compromisso de defender todos os cidadãos, independentemente de raça, credo ou religião, celebrando a diversidade como sua "maior força".
A motivação para as ameaças de Trump baseia-se em relatos de violência contra cristãos. Organizações cristãs como a Portas Abertas e a Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) documentaram casos chocantes :
Um relatório da Sociedade Internacional para as Liberdades Civis (Intersociety) estima que cerca de 52 mil cristãos foram mortos no país entre 2009 e 2023. A organização alerta para uma "estratégia sistemática para alcançar o extermínio dos cristãos".
Especialistas apontam, no entanto, que a situação de segurança na Nigéria é complexa e multifacetada.
A designação da Nigéria como "país de particular preocupação" já havia ocorrido durante o primeiro mandato de Trump, mas foi suspensa pela administração Biden em 2023, em um movimento para melhorar as relações bilaterais.
Com informações de: The Guardian, Gazeta do Povo, GreenwichTime, ABC News, UOL, O Globo, The News, O São Paulo, Estadão, U.S. News & World Report. ■