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A presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, foi declarada neste sábado (01/11) vencedora das eleições realizadas em 29 de outubro, com 97,66% dos votos, segundo a comissão eleitoral do país. O anúncio ocorre em meio a uma grave crise pós-eleitoral, com protestos violentos e uma acentuada repressão por parte das forças de segurança, que resultou em centenas de mortes, de acordo com a oposição.
O pleito foi amplamente contestado por ter excluído os principais partidos de oposição. O Chadema, maior partido de oposição, boicotou a eleição alegando a necessidade de reformas eleitorais, enquanto seu líder, Tundu Lissu, enfrenta acusações de traição. Já o candidato do segundo maior partido de oposição, a ACT-Wazalendo, Luhaga Mpina, foi desqualificado por motivos técnicos. Com isso, a disputa presidencial ficou restrita a Hassan e a candidatos de partidos menores, sem expressão histórica significativa.
Os protestos eclodiram no próprio dia da votação, com manifestantes tomando as ruas, derrubando cartazes da presidente e incendiando edifícios governamentais em cidades como Dar es Salaam, Arusha e Mbeya. Em resposta, a polícia e o exército recorreram a gás lacrimogêneo e tiros para dispersar a multidão.
O principal partido de oposição, o Chadema, fez alarmantes alegações sobre o número de vítimas:
Em contraste, o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos confirmou uma cifra conservadora de pelo menos dez mortos em nível nacional, enquanto o governo tanzaniano nega o uso de força excessiva e rejeita os números divulgados pela oposição, classificando-os como "enormemente exagerados". O ministro das Relações Exteriores, Mahmoud Thabit Kombo, afirmou que só houve "pequenos incidentes isolados".
Para conter os distúrbios e a circulação de informações, o governo impôs uma série de medidas restritivas:
A comunidade internacional manifestou profunda preocupação. O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu uma "investigação completa e imparcial" sobre todas as alegações de uso excessivo da força e manifestou-se "profundamente preocupado" com a situação. O Escritório de Direitos Humanos da ONU também fez um apelo direto para que as forças de segurança "se abstenham de usar força desnecessária ou desproporcional".
Com informações de: DW, RFI, Folha de S.Paulo, BBC, Público, Veja.■