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Em um movimento estratégico durante a cúpula do G20 em Joanesburgo, os governos da Índia, Austrália e Canadá anunciaram no sábado, 22 de novembro, a formação de uma nova parceria trilateral voltada para tecnologia e inovação. A iniciativa, batizada de Australia-Canada-India Technology and Innovation (ACITI) Partnership, tem como objetivo fortalecer a cooperação entre os países em tecnologias críticas e emergentes.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Índia, a parceria irá explorar as forças naturais de cada nação, com ênfase em inovação em energia verde e na construção de cadeias de suprimentos resilientes, inclusive no setor de minerais críticos. A iniciativa também visa examinar o desenvolvimento e a adoção em massa de inteligência artificial para melhorar a vida dos cidadãos.
Em uma publicação em suas redes sociais, o Primeiro-Ministro indiano, Narendra Modi, celebrou o acordo: "A iniciativa aprofundará a colaboração entre parceiros democráticos em três continentes e três oceanos em tecnologias emergentes, apoiará a diversificação das cadeias de suprimentos, energia limpa e a adoção massiva de IA".
Os três países acordaram que seus representantes se reunirão no primeiro trimestre de 2026 para dar os próximos passos concretos na iniciativa .
O anúncio da parceria ACITI ocorreu em meio às discussões do G20, que nesta edição, sob a presidência da África do Sul, teve como um de seus temas centrais minerais críticos e o trabalho decente. O tema ganhou destaque no fórum, com a expectativa de que o grupo aprovasse um documento pioneiro sobre o assunto.
O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, também participou do debate durante o segundo dia do encontro. Em seu discurso, Lula defendeu que os países detentores de grandes reservas de minerais críticos não podem ser vistos como meros fornecedores, mas como parceiros na cadeia global de valor. "Falar sobre minerais críticos também é falar sobre soberania. A soberania não é medida pela quantidade de depósitos naturais, mas pela habilidade de transformar recursos por meio de políticas que tragam benefícios para a população", afirmou.
O embaixador Philip Fox-Drummond Gough, do Itamaraty, destacou a conquista nas negociações, afirmando que "é a primeira vez que o G20 consegue um documento sobre minerais críticos, reforçando a ideia de que os países devem buscar o beneficiamento de minerais na origem".
A cúpula do G20 na África do Sul foi marcada pela ausência dos Estados Unidos. O governo do Presidente Donald Trump optou por não enviar representantes, alegando discordâncias com a agenda do evento e com o país anfitrião. Apesar disso, os demais membros conseguiram adotar uma declaração final consensual que inclui referências a mudanças climáticas – um ponto tradicionalmente contestado pela administração Trump.
O porta-voz do presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, foi enfático ao afirmar que "não se pode paralisar a plataforma multilateral com base na ausência de alguém que foi convidado". A declaração final, portanto, representou um consenso entre os membros presentes, reforçando a seriedade das mudanças climáticas e a necessidade de adaptação, além de abordar os níveis punitivos de serviço da dívida que afetam países pobres.
A Parceria ACITI representa um esforço para consolidar a cooperação em áreas estratégicas que devem definir a economia global nas próximas décadas. Seus pilares principais incluem:
Enquanto a comunidade internacional observa os desdobramentos do G20, o lançamento da ACITI sinaliza uma movimentação geopolítica significativa. A cooperação em tecnologias sensíveis e a busca por cadeias de suprimentos alternativas refletem uma reconfiguração das alianças globais em um cenário de crescente competição tecnológica e transição energética.
Com informações de: CNN Brasil, G1, Gov.br - Secretaria de Comunicação Social, Gov.br - Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, The Economic Times, UOL ■