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Rússia utiliza na Ucrânia míssil que fez Trump abandonar tratado nuclear
Uso do cruzeiro 9M729, cujo desenvolvimento secreto violou o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, foi confirmado por autoridades ucranianas
Leste Europeu
Foto: https://akm-img-a-in.tosshub.com/indiatoday/images/story/202510/russia-223435284-16x9_0.jpg?VersionId=FAXiUxqiW7mwtyvnTUWrURckqe2RI9l.&size=690:388
■   Bernardo Cahue, 31/10/2025

A Rússia utilizou em ataques à Ucrânia o mesmo míssil cujo desenvolvimento secreto, em violação a um tratado de controle de armas, levou o então presidente norte-americano Donald Trump a retirar os Estados Unidos daquele pacto nuclear em 2019, de acordo com relatos de autoridades de Kyiv.

O míssil em questão é o 9M729 (também referido como Iskander K), um míssil de cruzeiro terrestre. Nos termos do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), assinado em 1987 por EUA e União Soviética, este tipo de armamento - com alcances entre 500 e 5.500 km - era expressamente proibido.

O Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, afirmou que o uso russo do 9M729 demonstra o desrespeito de Vladimir Putin pelos esforços diplomáticos. Fontes ucranianas relataram à Reuters que o míssil foi disparado em pelo menos 23 ocasiões apenas em agosto de 2025, com um dos ataques registrando um alcance de 1.200 quilômetros.

Este desenvolvimento ocorre em um momento em que a Rússia intensifica sua retórica e testes com novos sistemas de mísseis. Recentemente, Putin anunciou o teste bem-sucedido do Burevestnik, que descreveu como um míssil de cruzeiro de propulsão nuclear com "alcance ilimitado". Em resposta a esses testes, Trump declarou considerar a ação "inapropriada" e pediu que Putin se concentrasse em acabar com a guerra.

O contexto estratégico mais amplo é marcado pelo histórico de desnuclearização da Ucrânia. Em 1994, o país assinou o Memorando de Budapeste, abdicando do que era o terceiro maior arsenal nuclear do mundo em troca de garantias de segurança que, segundo Kyiv, não se materializaram, especialmente após a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014 e a invasão em larga escala em 2022.

Com informações de BBC News, CNN Brasil, Kyiv Independent, PBS e SIC Notícias. ■