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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está considerando planos para atacar instalações de produção de cocaína e rotas de tráfico de drogas dentro do território da Venezuela, de acordo com informações de três autoridades americanas ouvidas pela CNN. Embora nenhuma decisão final tenha sido tomada, a informação surge em um momento de significativa escalada militar na região, com o envio do porta-aviões USS Gerald R. Ford para o Caribe.
De acordo com as fontes, "há planos na mesa que o presidente está considerando" em relação a possíveis operações em solo venezuelano, mas ele não teria descartado completamente uma abordagem diplomática. O planejamento para essas operações estaria sendo conduzido em várias agências do governo americano.
Contexto de Tensão Militar
O anúncio da possível ofensiva terrestre coincide com um grande aumento do poderio militar dos EUA no Caribe. Os movimentos incluem:
Retórica Belicista e Ataques Prévios
Trump tem intensificado sua retórica sobre a necessidade de ações terrestres. Em declarações recentes, afirmou: "Estamos impedindo praticamente toda a entrada de drogas por mar e vamos impedir toda a entrada por terra muito em breve. Vocês verão isso começar". O presidente também declarou que não vê a necessidade de pedir uma declaração formal de guerra ao Congresso para conduzir tais operações, dizendo: "Acho que vamos simplesmente matar as pessoas que estão trazendo drogas para o nosso país".
Essas declarações ocorrem enquanto os militares dos EUA já realizam uma campanha de ataques a embarcações suspeitas de tráfico em águas internacionais. Desde o início dessas operações, pelo menos 10 barcos foram atacados, resultando na morte de 43 pessoas, segundo dados do próprio governo. Esses ataques têm sido classificados por especialistas independentes da ONU como "execuções extrajudiciais".
Objetivos e Questionamentos
Analistas e reportagens sugerem que o objetivo final da campanha pode ir além do combate às drogas. Segundo a BBC, todos os sinais apontam para uma "campanha de intimidação que busca remover o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, do poder". Algumas autoridades do governo Trump estariam pressionando ativamente por uma mudança de regime, acreditando que a campanha antidrogas pode levar à deposição de Maduro ao pressionar economicamente seu círculo interno.
No entanto, a premissa central para os ataques é contestada por dados internacionais. Tanto o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) quanto relatórios anuais da Agência Antidrogas dos EUA (DEA) não classificam a Venezuela como um país produtor significativo de cocaína. Quase toda a produção de coca concentra-se na Colômbia, Peru e Bolívia. Além disso, o principal problema de overdose nos EUA é causado pelo fentanil, droga que, segundo a DEA, é produzida praticamente toda no México, e não na Venezuela.
Reações Internacionais
O presidente Maduro reagiu à escalada, acusando os EUA de estarem "inventando uma nova guerra eterna". Ele negou que a Venezuela produza cocaína e afirmou que o país é "livre da produção de folha de coca, livre da produção de cocaína".
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestou, criticando os bombardeios de embarcações. "É muito melhor os EUA se disporem a conversar com a polícia dos países, com o Ministério da Justiça de cada país, para fazermos ações conjuntas", disse, questionando o respeito à soberania nacional.
Com informações de: CNN Brasil, Folha de S.Paulo, O Globo, R7, G1, BBC, Time. ■