Siga nossas redes sociais
Logo     
Siga nossos canais
   
EUA impõem sanções contra Gustavo Petro
Medida do Departamento do Tesouro americano também atinge família de Petro e ministro do Interior; presidente colombiano anuncia que irá contestar legalmente as acusações
America do Norte
Foto: https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2025/09/000_76XJ99J-1024x767.jpg
■   Bernardo Cahue, 24/10/2025

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou, na sexta-feira, a imposição de sanções contra o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, acusando-o de ter um "papel no comércio global ilícito de drogas". A medida também atinge a esposa e o filho do presidente, além do ministro do Interior da Colômbia, Armando Benedetti.

Em comunicado, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que "desde que o presidente Gustavo Petro assumiu o poder, a produção de cocaína na Colômbia explodiu para a taxa mais alta em décadas, inundando os Estados Unidos e envenenando americanos".

Petro, que já havia rejeitado acusações semelhantes no passado, respondeu rapidamente ao anúncio, declarando em sua conta no X que havia contratado um advogado americano e que pretende lutar contra as sanções.

"Lutar contra o tráfico de drogas por décadas - e fazê-lo de forma eficaz - me trouxe esta medida do governo da mesma sociedade que tanto ajudamos a frear seu consumo de cocaína", disse Petro, referindo-se aos EUA. "Um grande paradoxo, mas não darei um passo atrás, e nunca de joelhos."

As tensões entre o governo Petro e o presidente americano Donald Trump aumentaram nos últimos meses, especialmente desde que os Estados Unidos intensificaram a atividade militar no sul do Caribe.

Petro criticou veementemente os ataques militares dos EUA a supostos barcos de drogas na região, acusando os Estados Unidos de serem "assassinos". Ele sugeriu que alguns dos barcos atingidos transportavam colombianos inocentes.

Especialistas enxergam a medida como uma escalada da crise bilateral. Elizabeth Dickinson, analista sênior do International Crisis Group para a Colômbia, descreveu as sanções como "a personalização de uma crise bilateral".

Dickinson destacou que, no nível institucional e no dia a dia, não há um problema entre os dois países, mas sim uma crise de caráter pessoal entre os líderes. Ela lembrou que as forças militares e de segurança colombianas trabalham em conjunto com os Estados Unidos há quase quatro décadas, sendo parceiros "os mais capazes e dispostos que os EUA têm na região".

A imposição das sanções ocorre poucos dias depois que Trump afirmou ter interrompido "todos os pagamentos" para a Colômbia, alegando que Petro "não faz nada para impedir" a produção de drogas em seu país.

Outras reações às sanções incluíram:

  • O ministro do Interior, Armando Benedetti, que escreveu no X: "Nunca entrei na casa de um único traficante de drogas" e "Para os EUA, uma declaração não violenta é o mesmo que ser um traficante de drogas. Gringos, voltem para casa."
  • O filho de Petro, Nicolas Petro, classificou a ação como "perseguição política e judicial sem precedentes" e disse que recorrerá a organizações internacionais para defender seus direitos. Ele rebateu as alegações do Tesouro americano, que o ligavam a um caso de lavagem de dinheiro, afirmando que o processo não tem relação com tráfico de drogas ou com a campanha presidencial do pai.

Com informações de CNN. ■