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Bombardeio russo deixa centenas de milhares de ucranianos sem luz
Ataques direcionados à infraestrutura energética intensificam crise humanitária no norte da Ucrânia, com reparos dificultados por drones de vigilância
Leste Europeu
Foto: https://imagens.ebc.com.br/8eviqfoW9YAAz1VnSAeYaq3dmk0=/1170x700/smart/https://agenciabrasil.ebc.com.br/sites/default/files/thumbnails/image/2022-03-29t130842z_2_lynxnpei2s0ml_rtroptp_4_ukraine-crisis-satellite.jpg?itok=cFVBQm5P
■   Bernardo Cahue, 21/10/2025

Um massivo bombardeio russo contra a infraestrutura de energia deixou centenas de milhares de pessoas na região de Chernihiv, no norte da Ucrânia, sem energia elétrica e sem água nesta terça-feira (21). Os trabalhos de reparo estão sendo realizados lentamente devido à ameaça persistente de ataques de drones, informaram autoridades locais .

O Ministério da Energia da Ucrânia confirmou que a capital regional, também chamada Chernihiv, e a parte norte da província perderam completamente o fornecimento de eletricidade. O ataque, que também atingiu a região vizinha de Sumy, é o mais recente em uma onda de bombardeios russos contra a rede energética ucraniana às vésperas do inverno no hemisfério norte .

Nova tática russa prolonga crise

As autoridades ucranianas relataram uma nova tática empregada pelas forças russas: "Os russos estão deliberadamente lançando veículos aéreos não tripulados que circulam continuamente sobre as instalações danificadas, impossibilitando o trabalho de reparo de forma segura e prolongando deliberadamente a crise humanitária", declarou o Ministério da Energia em comunicado no Telegram .

Andriy Podorvan, vice-chefe da Administração Militar Regional de Chernihiv, explicou que a região tem sofrido ataques direcionados à infraestrutura energética nos últimos meses, com uma intensificação significativa nos últimos dois meses. A região de Chernihiv, que tem fronteira com Rússia e Belarus, oferece menos tempo para que as defesas aéreas reajam a ataques incoming .

Impacto humanitário imediato

O blecaute elétrico teve consequências imediatas para a população:

  • Interrupção no fornecimento de água devido à paralisação das estações de bombeamento
  • Residentes dependendo de entregas emergenciais de água ou estocando água engarrafada
  • Queda no funcionamento de serviços essenciais e comércio
  • Utilização de geradores a diesel ou gasolina para suprir necessidades básicas de energia

O presidente Volodymyr Zelensky reagiu ao ataque em sua conta no Telegram: "As táticas da Rússia são assassinar pessoas e aterrorizá-las com o frio" . Horas após o ataque, Zelensky informou que os trabalhos de reparo já estavam em andamento, embora sob constante ameaça .

Contexto estratégico mais amplo

Os ataques recentes fazem parte de uma campanha mais ampla que tem testado a resiliência energética da Ucrânia:

  1. A Rússia modificou seus drones para voar mais rápido e em altitudes mais elevadas, evitando melhor os sistemas de defesa aérea
  2. As taxas de interceptação de mísseis caíram dramaticamente de 37% em agosto para 6% em setembro, segundo análise do Centre for Information Resilience
  3. Estima-se que o país tenha perdido metade de sua capacidade de geração de energia desde o início da invasão em grande escala em 2022

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, fez um apelo aos aliados do país: "Para mobilizar urgentemente assistência adicional para a resiliência da Ucrânia: desde equipamentos energéticos até fontes de energia e capacidades de defesa aérea" .

Com a aproximação do inverno, quando as temperaturas na região podem cair drasticamente, a capacidade da Ucrânia de reparar e proteger sua infraestrutura energética torna-se uma questão de segurança nacional e sobrevivência civil .

Com informações de Agência Brasil, BBC, CNN e Al Jazeera. ■