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Trump acusa presidente da Colômbia de ser "traficante de drogas" e corta ajuda financeira
Declaração do presidente americano em rede social intensifica crise diplomática entre os dois países; Petro já respondeu às acusações
America do Norte
Foto: https://media.gazetadopovo.com.br/2025/10/19114427/trump-gustavo-petro.jpg
■   Bernardo Cahue, 19/10/2025

As relações entre Estados Unidos e Colômbia atingiram um novo patamar de tensão neste domingo (19). O presidente americano, Donald Trump, acusou publicamente o homólogo colombiano, Gustavo Petro, de ser um "traficante de drogas ilegal" e anunciou o corte de todos os subsídios e pagamentos dos EUA ao país sul-americano.

As acusações foram feitas por Trump em uma publicação em sua rede social, Truth Social. Ele afirmou que Petro "incentiva fortemente a produção massiva de drogas, em campos grandes e pequenos, por toda a Colômbia" e que o tráfico se tornou, "de longe, o principal negócio do país". O presidente americano não apresentou evidências para sustentar suas alegações.

Como consequência, Trump declarou: "A PARTIR DE HOJE, esses pagamentos, ou qualquer outra forma de pagamento, ou subsídios, NÃO SERÃO MAIS FEITOS" à Colômbia. Ele ainda ameaçou: "Petro [...] é melhor fechar esses campos de extermínio imediatamente, ou os Estados Unidos os fecharão para ele, e não será feito de forma gentil".

O corte afeta um valor significativo. A Colômbia é o país da América do Sul que mais recebe ajuda financeira dos Estados Unidos, com mais de US$ 740 milhões pagos em 2023, metade dos quais destinados ao combate às drogas.

Resposta de Petro e o Caso do Pescador

Gustavo Petro respondeu às acusações através da rede social X. Ele sugeriu que Trump está sendo "enganado por seus assessores" e recomendou que o presidente americano "observe a Colômbia com atenção e determine de que lado estão os narcotraficantes e de que lado estão os democratas". Petro também se defendeu, afirmando: "Tentar promover a paz na Colômbia não é ser narcotraficante".

A troca de farpas foi precipitada por um outro evento grave. Horas antes das declarações de Trump, Petro havia acusado os Estados Unidos de violar a soberania marítima da Colômbia e de matar um pescador inocente durante uma operação militar no Caribe.

O presidente colombiano identificou a vítima como Alejandro Carranza, um pescador que supostamente não tinha ligação com o narcotráfico e foi morto em um ataque em setembro. Petro afirmou que o barco estava à deriva com o sinal de socorro ligado devido a uma falha no motor. Familiares do pescador confirmaram a história à televisão pública colombiana.

Crise Diplomática e Contexto Mais Ampla

Este é o capítulo mais recente em uma série de atritos entre os dois governos, que têm visões políticas profundamente divergentes. Os pontos de conflito recentes incluem:

  • Ofensiva Militar no Caribe: Os EUA conduziram pelo menos seis ataques a embarcações na região desde o início de setembro, justificando-os como combate ao tráfico de droga. Essas operações resultaram em pelo menos 27 mortos.
  • Revogação de Visto: No final de setembro, os EUA cancelaram o visto de Petro após sua participação em um protesto pró-Palestina em Nova York, onde pediu que soldados americanos desobedecessem a ordens de Trump.
  • Perda de Status: Em setembro, os EUA removeram a Colômbia de sua lista de nações aliadas no combate ao narcotráfico, um status que permitia o recebimento de ajuda financeira significativa.

Enquanto a Casa Branca vê suas operações como um golpe decisivo contra o narcotráfico, sua legalidade é questionada por legisladores democratas e alguns republicanos nos EUA, além de especialistas em direito internacional. A Colômbia mantém a posição de maior produtor mundial de cocaína, com a ONU registrando uma produção recorde de 2.600 toneladas em 2023.

Com informações de: Observador, BBC.com, Agencia Brasil, G1, UOL, RTP, RFI, Euronews, Poder360. ■