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Neste sábado, 18 de outubro de 2025, milhões de cidadãos em todos os 50 estados dos EUA foram às ruas para o segundo dia nacional de protestos "No Kings" (Sem Reis). Os organizadores do movimento, uma coalizão de mais de 300 grupos de defesa de direitos civis, estimaram que quase 7 milhões de pessoas participaram dos atos, que foram em sua maioria pacíficos.
Os protestos, que aconteceram em mais de 2.700 cidades, representam uma expansão significativa em relação à primeira edição em junho, que reuniu cerca de 5 milhões de pessoas. O movimento se consolidou como a maior mobilização contra um presidente em exercício na história moderna dos EUA.
As razões para a insatisfação são diversas, mas convergem na rejeição ao que os manifestantes chamam de agenda "autoritária" da administração Trump. Entre os principais motivos estão:
"Este presidente é uma vergonha e espero que haja milhões nas ruas hoje", disse Stephanie, uma funcionária de hospital de 36 anos de Nova York.
Em Washington, uma mulher que levou o filho de um ano ao protesto pela segunda vez explicou: "Sou judia e cresci odiando o fascismo, então ver isso acontecendo aqui é de partir o coração. É um ataque à minha alma".
Os atos não se limitaram aos grandes centros urbanos. Embora Nova York tenha reunido 100 mil pessoas apenas na Times Square, e Chicago tenha visto uma multidão que se estendia por 22 quarteirões, cidades menores também tiveram participação significativa.
Em Brattleboro, Vermont, uma cidade com cerca de 12 mil habitantes, 4.000 pessoas compareceram ao protesto, o que representa um terço de sua população. Em The Villages, um reduto conservador na Flórida, mais de 4.500 pessoas se reuniram em apenas um dos locais de protesto.
A onda de protestos não ficou restrita aos Estados Unidos. Cidades europeias como Lisboa, Paris, Berlim, Madrid e Londres também registraram manifestações de solidariedade. Em Lisboa, mais de uma centena de pessoas se reuniu na Praça do Comércio.
O presidente Trump respondeu de forma discreta aos protestos. Na véspera, disse à Fox News: "Estão dizendo que se referem a mim como um rei. Eu não sou um rei". No sábado, porém, ele alimentou as controvérsias ao postar em suas redes sociais um vídeo gerado por IA em que aparece usando uma coroa.
Aliados republicanos foram mais agressivos. O presidente da Câmara, Mike Johnson, classificou os protestos como um "comício de Ódio à América" e alegou, sem apresentar provas, que congregaria a "ala pró-Hamas" do Partido Democrata.
Os protestos "No Kings" de outubro solidificaram um movimento de base que demonstra uma resistência organizada e ampla às políticas de Donald Trump. O comparecimento massivo, que superou até mesmo a mobilização de junho, envia uma mensagem clara de que uma parcela significativa do eleitorado americano vê com grande preocupação os rumos do país.
Com informações de: Time, The Independent, O Globo, Hindustan Times, Público, Fox News, CNN, Folha de S.Paulo, The New York Times. ■